SAÚDE

Outubro Rosa: hospital beneficia 150 mulheres com mamografia

Ação, promovida pelo HU-UFMA, atenderá mulheres da comunidade do São Francisco; Inca estima 720 novos casos de câncer de mama no Maranhão, 280 apenas na capital; em 2016, estado teve 939 óbitos por neoplasias malignas

IGOR LINHARES / O ESTADO

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Atividades do Outubro Rosa começaram a ser realizadas no HU-UFMA pelo segundo ano consecutivo
Atividades do Outubro Rosa começaram a ser realizadas no HU-UFMA pelo segundo ano consecutivo (outubro rosa)

Existem várias formas de se combater o câncer de mama hoje em dia, mas a melhor e principal delas é, de acordo com especialistas, a prevenção. Prevenir-se, realizando o exame de rastreamento (mamografia), indicado para mulheres acima dos 40 anos, é a principal arma contra o câncer. E o melhor de tudo é que a mulher não precisa ficar doente para apropriar-se dos meios de combate à doença. É por meio da mamografia, também, que se pode diagnosticar precocemente o tumor, o que aumenta as chances de um tratamento eficaz e cura.

Anualmente, todos os órgãos de saúde do país se engajam ao Outubro Rosa, mês dedicado à causa, a fim de estimular a participação da população no controle do câncer de mama. O mês tem o objetivo de compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnósticos e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. De acordo com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), no Maranhão, em 2016, dos 939 óbitos por neoplasias malignas, 100 foram por tumores cancerígenos da mama.

Ações em São Luís
Pelo segundo ano consecutivo, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), realiza a campanha de prevenção ao câncer de mama adotando Unidades Básicas de Saúde (UBS). Este ano, a comunidade adotada é a do São Francisco, tendo sido escolhidas a Unidade Básica de Saúde do São Francisco e a Unidade Básica de Saúde da Família Bezerra de Menezes, ambas localizadas nas imediações do HU-UFMA e de pouca cobertura em saúde.

“A nossa ideia principal é iniciar uma capacitação da rede básica de saúde, que é a porta de entrada do SUS, porque percebemos uma grande dificuldade, por parte dos profissionais, ao encaminhamento das pacientes aos hospitais de alta complexidade. Ou seja, muitos casos encaminhados para estes hospitais poderiam ser resolvidos na própria Unidade Básica de Saúde. Por isso, a campanha vem para capacitar os profissionais da UBS, para que se tenha uma boa resolutividade para se evitar sobrecarregar os hospitais de alta complexidade e, sobretudo, designar o atendimento especializado a quem realmente tem necessidade”, frisou a chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher do HU-UFMA, Danielle Orlandi Gomes.

A ação, que foi realizada na manhã de ontem (9),marcou a abertura da Campanha Outubro Rosa no HU-UFMA. Na ocasião, houve a palestra intitulada “Câncer de mama: uma causa pela qual devemos lutar?”, ministrada pelo médico mastologista do HU-UFMA e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Maranhão, José Pereira Guará, que tratou sobre a importância de desenvolver tais ações.

“É primordial saber que qualquer mulher pode vir a desenvolver o câncer de mama. Entretanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, é imprescindível que a mulher passe a realizar o exame de rastreamento a partir dos seus 40 anos de idade. Além disso, é importante frisar que, no Brasil, ainda há a necessidade da mulher buscar o serviço de saúde para realizar o exame, voluntariamente, pois não existe aquilo que conhecemos como rastreamento populacional, ou seja, o que seria ideal. Portanto, é sempre muito importante, no que externa o Outubro Rosa, pôr em discussão o assunto, a fim de apresentar à mulher a responsabilidade que ela deve ter com o próprio corpo”.

Benefícios à comunidade
O HU-UFMA vai ofertar 150 vagas de mamografia para as Unidades Básicas de Saúde participantes durante todo o mês de outubro, atividade contínua no Hospital Universitário, que tem realizado, em média, duas mil mamografias anualmente, realidade que ainda não atinge os dispostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visto que, mesmo com mamógrafos distribuídos por todo o estado, o alcance é de apenas 9% das mulheres, quando poderia ultrapassar 60% – o recomendado, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Maranhão.

SAIBA MAIS

O que é o câncer de mama?
É o câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo, inclusive no Brasil. É uma doença causada pela multiplicação anormal das células da mama, que forma um tumor maligno. O câncer de mama tem cura, se descoberto no início.

Como é possível descobrir a doença cedo?
Por meio da realização de exames periódicos. A partir dos 40 anos, toda mulher deve fazer mamografia e exame clínico das mamas anualmente, mesmo se não tiver nenhum sintoma. A hora ideal de fazer o diagnóstico é quando o tumor ainda não é sentido no exame clínico ou no autoexame, ou seja, quando ele pode ser detectado apenas nos exames de imagem como mamografia.

Como a mulher pode participar ativamente da prevenção?
Conhecer o que é normal em suas mamas e ficar atenta para eventuais modificações. Se observar alguma alteração, tais como caroço, pele da mama com vermelhidão acentuada ou parecida com uma casca de laranja, alterações no bico do peito, a mulher deve procurar imediatamente auxílio médico. O autoexame deve ser realizado mensalmente, de preferência, após o término da menstruação. Porém a realização do autoexame não exclui a necessidade da mamografia anual.

SOBRE CÂNCER DE MAMA

Estimativas do Inca
– Uma em cada 8 mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama durante seu período de vida;
– O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima mais de 59.700 novos casos para 2018 entre as mulheres brasileiras;
– No estado do Maranhão, foram estimados 720 novos casos e, em São Luís, 280 casos.

O que aumenta os riscos?
O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos). Outros fatores que aumentam o risco da doença são:
Fatores ambientais e comportamentais
– Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
– Sedentarismo (não fazer exercícios);
– Consumo de bebida alcoólica;
– Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).
Fatores da história reprodutiva e hormonal
– Primeira menstruação antes de 12 anos;
– Não ter tido filhos;
– Primeira gravidez após os 30 anos;
– Não ter amamentado;
– Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
– Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio progesterona);
– Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.
Fatores genéticos e hereditários
– História familiar de câncer de ovário;
– Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
– História familiar de câncer de mama em homens;
– Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

O que fazer para prevenir?
– Manter uma alimentação saudável;
– Praticar atividade física regular;
– Manter o peso ideal;
– Ter filhos antes dos 35 anos;
– Amamentar após o parto;
– Não fumar;
– Evitar bebidas alcoólicas;
– Realizar mamografia anualmente

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