COLUNA

Maranhão abaixo da linha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

A Consultoria Tendência trouxe números sobre a pobreza extrema no Brasil, e mais uma vez o Maranhão aparece no ranking dos dados ruins. Segundo mostrou o jornal Valor Econômico, a Tendência aponta o estado como o que mais cresceu em número de cidadãos que vivem com menos de R$ 85 por mês.
Os dados - levantados com base em pesquisas do IBGE - mostram que em 2015, 2016 e 2017, a extrema pobreza só cresceu no Maranhão. Em 2014, por exemplo, o índice era de 8,7%. Do ano seguinte até o último levantamento, este índice só cresceu, chegando a 12,2%.
O primeiro mandato da gestão comunista está perto do fim e um novo começará em janeiro. A parti dali, não haverá mais espaço para culpar governos passados pelos índices baixos no Maranhão.
A partir de janeiro, Flávio Dino terá de trabalhar muito para apresentar resultados melhores, mas dessa vez sem dinheiro do BNDES em caixa, com aumento da dívida do Maranhão pela quantidade de empréstimos contraídos, com uma folha de pagamento já dentro do limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal, com rombo na Previdência e com um buraco nas finanças do estado de quase R$ 1 bilhão registrado ainda em 2017.
A tarefa de desenvolver o Maranhão não será nada fácil para Dino diante de tantos problemas causados pelo seu próprio governo. E agora sem ter para quem jogar a culpa.

Não faltou dinheiro I
Vale lembrar que Flávio Dino não governou o Maranhão dentro do cenário de desastre econômico como ele passou toda a campanha falando.
Não houve queda nos repasses federais, como o do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Pelo contrário, em comparação a 2013 e 2014, Dino recebeu verbas bem superiores.
Além disso, a arrecadação do estado cresceu. De 2015 para 2016, por exemplo, foram cerca de R$ 1 bilhão a mais conseguidos após o aumento de impostos ocorridos por duas vezes no governo comunista.

Não faltou dinheiro II
Flávio Dino também usou dinheiro do Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria (Fepa), transferindo para o programa “Mais Asfalto”, da Secretaria de Infraestrutura, considerado pela oposição eleitoreiro.
Teve ainda o leilão de mais de 12 mil veículos, contratação de empréstimos que chegaram a R$ 1 bilhão e o dinheiro do BNDES.
Com tudo isso, soma-se ainda o fato de o governo não ter dado aumento para os servidores públicos. E isso deverá deixar a gestão comunista já pressionada no primeiro ano do novo mandato.

Partidos
Pelo menos cinco deputados federais do Maranhão terão de buscar novos destinos partidários. O motivo é a cláusula de desempenho, que não foi alcançada pelo PCdoB, PMN e Patriotas.
Essas três legendas têm maranhenses eleitos. Pelo PCdoB foram eleitos Rubens Júnior e Márcio Jerry. Pelo PMN, Eduardo Braide e pastor Gildenemyr. E pelo Patriotas, Júnior Marreca Filho.
As siglas deixarão de existir, até mesmo porque não terão acesso ao fundo partidário e nem ao direito do funcionamento parlamentar.

Saída
Outra saída para os parlamentares não deixarem suas legendas é a possibilidade de fusão com outras siglas.
Essa é a ideia inicial do PMN, segundo o deputado Eduardo Braide. A direção do partido já vai se reunir para conversar sobre com quais outros partidos poderiam se fundir e assim cumprir a cláusula de desempenho.
Entretanto, em relação especificamente a Braide, ele já tem convite de outras legendas para se filiar. Uma delas é o PSL, que hoje é a segunda maior bancada da Câmara.

Agradecimento
Dois dias após o resultado das eleições de 2018, o senador Roberto Rocha - que disputou o governo do estado pelo PSDB - emitiu nota.
O tucano agradeceu à família, aos amigos, apoiadores e aos candidatos a deputado estadual e federal e senadores da sua coligação que disputaram o pleito.
Rocha falou sobre o programa de governo que apresentou, mas não fez qualquer menção aos eleitos. Diferente de Roseana, Rocha não parabenizou Flávio Dino e os seus que conseguiram êxito nas urnas.

Famem
Ocorre hoje a eleição para a presidência da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem).
Sem badalações, o pleito já está definido com a reeleição do prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB). Isso foi o que ficou acertado entre os prefeitos associados.
Tema - que conseguiu eleger a esposa Daniela para a Assembleia Legislativa - terá mais dois anos à frente da entidade.

DE OLHO
R$ 85,00 é o valor da renda per capita por domicílio de 12,2% dos maranhenses. Esse percentual é o maior de todas as unidades da federação, o que deixa o Maranhão mais uma vez liderando o ranking dos índices de extrema pobreza.

E MAIS

• Já começou nos bastidores a busca por espaços no governo de Flávio Dino. Aliados, principalmente os que não conseguiram ser eleitos, já conversam por cargos no Executivo estadual.

• Os pastores da Assembleia de Deus bem que poderiam deixar os cargos de capelães dados por Dino, já que o comunista é a favor da eleição de Fernando Haddad, e os evangélicos preferem Jair Bolsonaro.

• Se o fizessem, aí sim teriam condições de criticar a posição de Eliziane Gama (PPS) de apoiar Haddad no segundo turno.

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