Editorial

Por uma melhor assistência médica

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Recente matéria em O Estado revelou que o Maranhão contabiliza apenas 787 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) distribuídos em 217 municípios para uma população de 7 milhões de habitantes. E mais: que é o sexto estado do Nordeste com o menor número de leitos de UTI.

Uma situação preocupante na qual o Maranhão está inserido em um contexto já denunciado pelo Conselho Federal de Medicina quando diz que enquanto os gestores seguem fechando leitos em todo o país, milhares de brasileiros aguardam na fila do Sistema Único de Saúde ( SUS).

Não é sem motivo que no Brasil, a saúde - pública ou privada- é classificada como péssima ou ruim por 55% dos brasileiros e regular para outros 34%. Essa avaliação, segundo o CFM, aparece de diferentes maneiras na sociedade e representa a visão de 94% dos que possuem planos de saúde e de 87% dos que dependem apenas do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber assistência médico-hospitalar.

Vale lembrar que a cada dia, cerca de 12 leitos de internação - aqueles destinados a quem precisa permanecer num hospital por mais de 24 horas - deixam de atender pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. Só nos últimos dois anos, mais de oito mil unidades desta natureza foram desativadas.

Nos últimos oito anos, mais de 34,2 mil leitos de internação foram fechados na rede pública de saúde. Em maio de 2010, o país dispunha de 336 mil deles para uso exclusivo do SUS. Em maio de 2018, o número baixou para 301 mil. Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, estão psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia geral. Já os leitos destinados à ortopedia e traumatologia foram os únicos que tiveram aumento superior a mil leitos.

Entre as regiões, a queda acentuada se destaca no Sudeste, onde quase 21,5 mil leitos foram desativados. O volume representa uma redução percentual de 16% em relação à quantidade existente na região em 2010. Centro-Oeste e Nordeste perderam cerca de 10% dos seus leitos durante o período apurado, com saldo negativo de 2.419 e 8.469, respectivamente. O Sul é a região que perdeu menos, em números absolutos (-2.090) e em proporção (-4%). Já o Norte apresentou saldo positivo, com 1% ou 184 leitos a mais.

No XIII Encontro Nacional das Entidades Médicas, que ocorreu em Brasília (DF), o CFM elaborou uma agenda de reivindicações da categoria sobre questões envolvendo a saúde e a medicina, a qual foi encaminhada a todos os postulantes às Eleições de 2018, em níveis federal e estadual.

Portanto, os políticos que vencerem o pleito devem adotar medidas que combatam a corrupção na área da saúde; reduzam o tempo de espera por consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos; aperfeiçoem a fiscalização dos serviços na rede pública; fomentem a construção de mais postos e hospitais; e garantam a oferta de melhores condições de trabalho e de remuneração para médicos e outros profissionais da área.

Com base nesse estudo, o CFM chama a atenção de todos os eleitos para a crise que afeta a assistência médica, esperando com isso gerar reflexões e tomada de decisões.

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