Editorial

Recuperação das vendas e dos empregos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Esta semana é marcada por um momento importante para o comércio maranhense. O Dia das crianças, na próxima sexta-feira, é uma data comemorativa que alavanca as vendas do varejo e tende a ser um termômetro para o comportamento da economia nas festividades de fim de ano, quando se tem a principal época para as atividades comerciais.

Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) apresentaram otimismo em relação às vendas para o dia das crianças. De acordo com a pesquisa realizada pela entidade em São Luís, a estimativa é que a intenção de consumo para a data cresça +12,8% em relação ao ano passado.

Essa tendência de recuperação das vendas no varejo vem sendo motivada por uma lenta retomada dos empregos ao longo dos últimos meses. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que de janeiro a agosto deste ano o mercado de trabalho maranhense gerou um saldo de +8.060 novos empregos com carteira assinada, sendo a capital responsável por um saldo de +4.038 novas vagas.

No entanto, esses resultados, embora importantes para o retorno do nível de renda da população, ainda não são suficientes para apagar o profundo momento de crise vivenciado pelo Maranhão nos últimos anos. De 2014 a 2017, o estado eliminou 48.285 postos de trabalho com carteira assinada, enquanto a capital acumulou o fechamento de 23.863 vagas de empregos formais.

Assim, esse profundo nível de desemprego ainda vem afetando as vendas. Segundo a pesquisa da Fecomércio para o dia das crianças, a média de gastos por presente pretendido pelo ludovicense este ano é de R$ 90 e o valor total da compra, incluindo quem vai comprar mais de um presente e quem pretende gastar com a comemoração, é de R$ 191, o que revela aumentos de apenas 2,3% e 2,7%, respectivamente. Esse tímido crescimento no nível de gastos, abaixo inclusive da inflação acumulada no período que é de +4,19%, mostra que as famílias ainda permanecem cautelosas em relação às suas despesas dentro de um orçamento familiar bastante fragilizado.

Mesmo com essas dificuldades, a depender de como irá se efetivar as vendas nesta semana com a chegada do dia das crianças, a perspectiva é que o comércio continue contribuindo para a geração de empregos nos últimos meses do ano. A previsão inicial é que o saldo de vagas de empregos no comércio no período de setembro a novembro, momento em que concentra a maior parte das contratações para o fim de ano, deverá superar os números registrados em 2017, quando o comércio varejista somou saldo de 819 novos postos com carteira assinada e o Maranhão acumulou saldo de 1.705 novas vagas.

Em reportagem publicada na última sexta-feira em O Estado, a Fecomércio já havia apontado para a criação de um saldo, considerando as admissões e demissões realizadas de setembro a novembro, de aproximadamente 900 novos empregos no comércio ludovicense e 1.850 no varejo do Maranhão.

Isso mostra que, mesmo com o aumento de impostos no Maranhão e a falta de estímulos efetivos para o desenvolvimento da atividade comercial, o varejo local segue tentando superar as dificuldades para sobreviver e continuar gerando empregos no estado.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.