PALU, Indonésia - Uma semana depois de um grande terremoto causar devastação na ilha indonésia de Celebes (Sulawesi, em indonésio), seguido por umatsunami , Ichsan Hidayat disse que os corpos de sua irmã e sua sobrinha, de 43 dias, foram encontrados sob um mar de lama e destroços, a mãe agarrando a bebê junto ao peito.
O saldo oficial de mortes causadas pelo terremoto e pela tsunami provocada pelo tremor já está em 1.571, mas certamente aumentará à medida que os corpos forem sendo recuperados.
Ichsan não estava na ilha na sexta-feira passada, 28 de setembro,quando o tremor de 7,5 graus de magnitude ocorreu, seguido de uma tsunami com ondas de seis metros, e desencadeou um fenômeno chamado liquefação do solo, que transforma a terra num lamaçal, desestabilizando construções.
O bairro de Petobo, no sul da cidade de Palu, onde sua irmã Husnul Hidayat morava com a filha Aisah, foi varrido do mapa.
Os agentes de resgate que recuperaram os corpos avisaram a Ichsan que sua irmã fora encontrada agarrada a Aisah. "Hoje rezei para que estejam em um lugar melhor. Elas merecem", disse Hidayat à agência Reuters ao terminar as orações de sexta-feira numa mesquita no centro de Palu, situada 1.500 quilômetros a nordeste de Jacarta, capital da Indonésia.
Os fiéis se ajoelharam para rezar em tapetes vermelhos estendidos do lado de fora da mesquita, já que o edifício foi considerado inseguro devido aos danos provocados pelo tremor.
A Indonésia tem a maior população muçulmana do mundo, mas também possui redutos cristãos, inclusive em Célebes, e fiéis de outras religiões.
Maioria dos mortos em Palu
A maioria dos mortos foi encontrada em Palu. As cifras de áreas mais remotas, algumas ainda isoladas por estradas destruídas e deslizamentos de terra, estão chegando aos poucos, quando chegam.
Ninguém sabe quantas pessoas foram arrastadas para a morte quando o chão sob Petobo e áreas próximas ao sul de Palu se dissolveu violentamente.
A agência nacional de combate a desastres disse que, só num bairro, 1.700 casas foram engolidas e centenas de pessoas morreram.
Hasnah, de 44 anos, também moradora de Petobo, tem dificuldade para se lembrar de todos os parentes que está tentando encontrar na vastidão de lama e escombros.
" Mais da metade da minha família morreu", contou ela, soluçando. "Nem consigo contar quantos são. Dois dos meus filhos morreram, meus primos, minha irmã, meu cunhado e seus filhos, todos morreram".
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