HISTÓRIA

Escola Modelo homenageia Benedito Leite

Atividade foi promovida pela Academia Ludovicense de Letras; homenagens foram no Cemitério do Gavião

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Um grupo de estudantes e professores da Escola Modelo Benedito Leite participou, na manhã de ontem (4), de uma visita ao Cemitério do Gavião, onde foram declamados poemas, além de apresentações cênicas e musicais em homenagem ao patrono e ícone histórico maranhense. A atividade, promovida pela Academia Ludovicense de Letras, narrou momentos importantes da vida de Benedito Leite e seu papel na política e cultura local e nacional.

Resgatar a trajetória de personalidades que representaram importantes momentos históricos para o Maranhão e entusiasmar alunos e comunidade a manterem-se inteirados sobre a temática. Esse foi um dos objetivos das atividades promovidas pela Academia Ludovicense de Letras em parceria com a Escola Modelo Benedito Leite, como esclareceu a diretora Edilene Vale Batalha.

“Benedito Leite é o patrono da nossa escola. Essa atividade oportuniza nossos jovens a conhecerem, saber quem ele foi e o que significa para a nossa história e educação do nosso estado, quando, em um ato heroico, manteve a escola normativa e a Escola Modelo apesar do momento de crise em que se passava o país”, destacou.

Durante a atividade, Antônio Noberto, presidente da Academia Ludovicense de Letras, apresentou fatos importantes sobre Benedito Pereira Leite e suas benesses à cultura maranhense. Noberto reforçou ainda a importância de eventos como esse.

“Essa tradição deixou de fazer parte dos habitos escolares há, pelo menos 50 anos. Poder resgatar esse costume e expor a memória de Benedito Leite, representa uma alegria imensurável para a Academia Ludovicense de Letras, principalmente em uma época onde os bens culturais passam por momentos difíceis”, explicou.

Participaram também das atividades a escritora e membro da Academia Ludovicense de Letras, Dilercy Adler, o diretor da Escola de Música, Manoel Mota, Simião Cirineu, guia turístico desde 1974 e o renomado professor de Artes Cênicas, Domingos Elias Tourinho, que durante as homenagens interpretou Benedito Leite.

Os alunos também tiveram a oportunidade de homenagear o patrono da escola declamando poemas e poesias. Nairon Santos Soares, cursando o terceiro ano do ensino médio, deu suas contribuições, declamando um poema de autoria própria. Para ele, a iniciativa possibilita que os alunos compreendam a história de maneira mais dinâmica.

“Resgatar a nossa cultura e os momentos históricos é muito importante, ainda mais alguém como Benedito Leite, que dá nome à nossa escola. Participar dessa atividade nos aproxima da história e incentiva a buscarmos conhecer cada vez mais”, frisou.

De acordo com a diretora da Escola Modelo Benedito Leite, a visita voltará a integrar o calendário escolar, como era costume até a década de 1960. A Academia Ludovicense de Letras planeja tornar as atividades frequentes, em parcerias com escolas da capital.

Benedito Leite
Benedito Pereira Leite nasceu em Rosário (MA) no dia 4 de outubro de 1857, filho de Antônio Pereira Leite e de Ana Rita de Sousa Leite. Cursou o secundário no Colégio Imaculada Conceição, em São Luís, e bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Recife em 1882. Ingressou na política filiando-se ao Partido Conservador do Império. Com o advento da República em 15 de novembro de 1889, líderes das diversas dissidências oligárquicas aproveitaram a oportunidade proporcionada pelo início de um novo regime e fundaram seus partidos. No Maranhão, o Partido Nacional foi fundado basicamente por integrantes da ala do Partido Conservador liderada por Augusto Olímpio Gomes de Castro durante o Império. Com o afastamento desse líder em 1891, Benedito Leite assumiria a chefia do partido. Eleito constituinte estadual, foi signatário da primeira Constituição republicana do Maranhão, promulgada em 1891.

Casado com Angélica Gonçalves Pires Ferreira, foi também promotor público no município de Brejo e juiz municipal de Coroatá e Itapecuru, no interior maranhense, inspetor do Tesouro Público do Estado, e um dos diretores do jornal Debate.

Benedito Leite foi ainda deputado federal, de 1892 a 1896, quando foi eleito senador. Assumindo sua cadeira no Senado Federal, passou a integrar a Comissão de Finanças e foi relator do orçamento do Ministério da Guerra. Reeleito, exerceu o mandato até 1906, quando foi eleito presidente do Maranhão, na sucessão de Manuel Lopes da Cunha. Empossado em 1º de março desse ano, permaneceu à frente do governo maranhense até 25 de agosto de 1908, quando se licenciou e viajou para a cidade de Hyeres, na França, para tratamento de saúde, onde faleceu no dia 6 de março de 1909.

No Maranhão, da nome a um município, ruas, avenidas, instituições de edução como a Escola Modelo e a Biblioteca Pública, além de uma das praças mais tradicionais da cidade de São Luís, no centro da cidade.

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