Saúde

A vida após o tratamento de câncer de mama

Nos EUA 1,5 milhão de pessoas já sobreviveram à doença; independentemente das mudanças que forem vivenciadas durante e depois, é fundamental o apoio do parceiro e da família para o cuidado com a saúde emocional da mulher

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Atenção psicológica e familiar é fundamental ao paciente
Atenção psicológica e familiar é fundamental ao paciente (Câncer)

São Paulo - Passar por um câncer nunca é fácil. Para as mulheres, o câncer de mama vai além da saúde, há também a estética e muitas dúvidas sobre o futuro. Atualmente, com o avanço da medicina, é possível ter uma boa qualidade de uma vida durante e após o tratamento, já que se descoberto precocemente suas chances de cura são de 95%. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo a American Society of Clinical Oncology, 1,5 milhão de pessoas já sobreviveu a algum tipo de câncer.

De acordo com o Rogério Fenile, mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, atualmente é possível remover ou destruir o tumor por completo. Tudo isso após uma avaliação detalhada sobre o tipo decâncer, estágio da doença, saúde em geral da paciente e uma conversa sobre todas as possibilidades de tratamento. “Hoje, temos mais casos de cura e controle da doença, e esses números têm aumentado. Mas sempre existe a preocupação da recidiva ou metástase, e essa possibilidade existe. No entanto, com o acompanhamento adequado, podemos ficar atentos e a mulher voltar a ter a sua vida normal”, conta o especialista.

Independentemente das mudanças que forem vivenciadas durante e depois da doença, o médico explica que é fundamental o apoio do parceiro e da família para o cuidado com a saúde emocional da mulher. Pois ela vivenciou um estresse grande e teve que lidar muitas vezes com a mudança de sua aparência, que, consequentemente, afetaram a sua autoestima. “Estudos mostram que a maioria das mulheres tem dificuldades de voltar a ter uma vida sexual, por exemplo. O acompanhamento psicológico é de extrema importância, para ajudá-la em tudo que ela passou, mas a maneira que ela será tratada pelas pessoas que estão mais próximas a ela e o apoio que ela vai receber faz muita diferença”, observa o médico.

Outro recurso muito útil para ajudar a paciente nessa etapa é participar de um grupo de apoio, pois ele permite compartilhar experiências, trocar conselhos e ter perspectivas que estão de fora de seu círculo familiar ou de amigos.

Acompanhamentos
As consultas de acompanhamento, após o câncer de mama, costumam ser regulares e vão reduzindo continuamente. Depois de cinco anos, elas passam a ser anuais. A maioria dos tratamentos contra o câncer podem ter efeitos colaterais. Alguns podem ser temporários e outros durarem muito tempo. Têm ainda os efeitos que aparecem anos após o tratamento e passam a ser acompanhados depois. “Quando o tratamento termina, acompanhamos a paciente de perto para examinar, conversar a respeito de qualquer sintoma ou receio que a paciente esteja sentido, pedir alguns exames para acompanhamento da doença e ficar atento com os efeitos colaterais posteriores”, diz o especialista.

Já os exames ginecológicos devem ser feitos anualmente, pois muitas mulheres passam a fazer tratamentos hormonais com medicamentos que podem ter efeitos colaterais, como o câncer uterino-- que tem risco aumentado após a menopausa.
As pacientes que precisaram fazer cirurgia nas mamas devem realizar a mamografia anualmente. Nos casos de uma cirurgia conservadora, ela é iniciada seis meses após a cirurgia, depois que a paciente já terminou a radioterapia. Como alguns tratamentos de câncer de mama também podem levar a uma menopausa precoce, é importante medir regularmente a densidade óssea para prevenir uma possível perda óssea.

“Embora existam diversos cuidados necessários em um acompanhamento posterior ao câncer de mama, isso não deve ser motivo para a mulher em questão desanimar, pois, com o acompanhamento adequado, podemos manter o cuidado com a saúde e fazer o diagnóstico precoce, caso haja alguma recidiva ou um segundo câncer”, finaliza.

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