Assistência médica

Maranhão contabiliza 787 leitos de UTI, aponta Conselho Federal de Medicina

Da região Nordeste do Brasil, o Maranhão está em sexto lugar, no ranking dos estados com o menor número de leitos de UTI

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Conselho Federal de Medicina realizou levantamento sobre o número de leitos de UTI no Brasil
Conselho Federal de Medicina realizou levantamento sobre o número de leitos de UTI no Brasil (Divulgação/leitos)

BRASÍLIA - Para uma população de mais de sete milhões de habitantes distribuída em 217 municípios, o Maranhão contabiliza atualmente um número de 787 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com um estudo realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e publicado no mês anterior. Desse total, 410 leitos são em estabelecimentos públicos, conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), e 377 em unidades de saúde privadas / suplementar.

Da região Nordeste do Brasil, o Maranhão está em sexto lugar, no ranking dos estados com o menor número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva, ficando atrás do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe. São Luís concentra mais da metade do número total. São 469 leitos, sendo 244 na rede pública e 225 em unidades suplementar.

Os números revelam um cenário que aflige diariamente milhares de médicos e pacientes: hospitais com alas vermelhas superlotadas, com pacientes à espera de infraestrutura apropriada, conforme o Conselho Federal de Medicina (CFM), que mapeou a distribuição dos leitos de UTI entre os estados e as capitais.

O padrão da proporção de leito para o número de habitantes é referenciado pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), que aponta como proporção ideal um índice de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes. Se considerado o total de leitos no Maranhão, há uma proporção de 1,12 para cada 10 mil habitantes. Agora, se levado em consideração, a quantidade de leitos do SUS, o Estado registra 0,59 leitos para cada 10 mil habitantes, abaixo do recomendado.

No país

Ao todo, o Brasil possui quase 45 mil leitos de UTI, segundo informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Pouco menos da metade (49%) está disponível para o SUS e a outra parte é reservada exclusivamente à saúde privada ou suplementar (planos de saúde), que hoje atende a 23% da população. Embora o número de leitos de UTI tenha aumentado nos últimos anos – algo em torno de 5,7 mil nos últimos oito anos – a quantidade de leitos ainda é insuficiente, sobretudo no SUS, onde a demanda é crescente.

Os leitos de Unidade de Terapia intensiva (UTI) em estabelecimentos públicos, conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou particulares estão disponíveis em somente 532 dos 5.570 municípios brasileiros. Se considerados apenas os leitos de medicina intensiva da rede pública, apenas 466 destes municípios oferecem tratamento em Medicina Intensiva no País.

SAIBA MAIS

O estudo do CFM também chama a atenção para a distribuição geográfica dos leitos. Só o Sudeste concentra 23.636 (53,4%) das unidades de terapia intensiva de todo o País; 47,4% do total de leitos públicos e 59% dos privados. Já o Norte tem a menor proporção: apenas 2.206 (5%) de todos os leitos; 5,7% dos leitos públicos e 4,3% dos privados.

Os dados revelam ainda que os sete estados da região Norte possuem juntos menos leitos de UTI no SUS (1.227) do que cinco outros: Minas Gerais (2.742), Rio de Janeiro (1.626), São Paulo (5.358), Paraná (1.748) e Rio Grande do Sul (1.506). Enquanto isso, São Paulo possui um quarto dos leitos públicos disponíveis no Brasil, o que equivale à uma proporção maior que o somatório de todas as regiões do País, com exceção da região Sudeste.

Amapá (AP) e Roraima (RR), por outro lado, possuem juntos somente 56 leitos de UTI no SUS, o que representa 0,2% das unidades públicas do País. Quando comparados aos números do Rio Grande do Norte (RN), por exemplo, verifica-se que os potiguares têm, em tese, quase oito vezes mais leitos SUS à disposição que naqueles dois estados da Região Norte. Ressalta-se que a soma das populações de AP e RR correspondem, aproximadamente, a metade da população do RN.

Outro alerta do CFM é de que 44% dos leitos SUS e 56% dos leitos privados do Brasil se encontram apenas nas capitais. Se observada a repartição entre as Regiões Metropolitanas, constata-se que 68% dos leitos de UTI do SUS e 80% leitos da rede privada e suplementar estão concentrados nestas áreas.

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