Eleição 2018

Candidatos focam em contradições políticas e administrativas de Flávio Dino em debate

Comunista se viu acuado diante de constatações de adversários sobre pontos críticos da atual gestão

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) foi confrontado pelos adversários com várias contradições da sua gestão - política e administrativamente – durante o debate da TV Mirante, realizado na noite de ontem (2).

Em quase duas horas de embate direto com Roseana Sarney (MDB), Roberto Rocha (PSDB), Maura Jorge (PSL) e Odívio Neto (PSOL), o comunista precisou responder questionamentos sobre a piora no sistema de Saúde, o fim da apreensão de veículos às vésperas da eleição, a despoluição da Lagoa da Jansen, licitação de R$ 46 milhões para abastecimento do Palácio dos Leões com alimentos, e sobre o apoio que recebe de partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mesmo dizendo-se grande apoiador de Lula e do Partido dos Trabalhadores.

Boa parte dos questionamentos foi feita pelo senador Roberto Rocha. Na primeira oportunidade, o governador tentou menosprezar um projeto de despoluição da Lagoa da Jansen proposto pelo tucano que utiliza matéria orgânica para limpar a água.

Para o comunista, Rocha quer limpar a Lagoa com "Redoxon". O tucano deu o troco: disse que o governador falou em "Redoxon" por ter-se lembrado de Sonrisal, "que é o asfalto que ele tem colocado nos municípios".

Adiante, Rocha ainda fez um desafio a Flávio Dino: convidou o candidato a tomar um banho na Lagoa da Jansen, até domingo. "Já que ela tá limpinha", completou.

O tucano também lembrou o fim das blitzen meses antes do início do período eleitoral. "Foi por causa das eleições, ou foi remorso?",questionou.

Saúde – Na área da Saúde, Roseana apresentou dados sobre o desmonte da rede de hospitais deixada ao fim do seu governo. “A Saúde está na UTI”, asseverou, lembrando que, atualmente, pessoas morrem na porta dos hospitais sem atendimento, notadamente de hemodiálise.

“Deixei programados sete Centros de Hemodiálise, começadas as obras, e não foi concluído nenhum”, apontou.

Maura Jorge criticou o programa Escola Diga. “É só uma pintura”, disse, ressaltando que falta valorização de alunos e professores. “O governador diz que paga o maior salário do país para os professores, mas salário maior é só pra 10% dos professores”, comentou.

“Golpistas” - Numa tentativa de constranger os oponentes, Flávio Dino citou algumas vezes o apoio de partidos ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e algumas reformas propostas pelo governo Michel temer (MDB).

Em duas oportunidades – uma em intervenção de Roseana, outra numa de Odívio Neto – foi lembrado que vários dos aliados do governador votaram a favor da saída de Dilma e seguem na base de apoio ao atual presidente da República.

Mais

Roseana apontou, ainda, contradição no discurso crítico de Flávio Dino a respeito de uma licitação que ocorreria na gestão passada para a compra de comida para o Palácio dos Leões. A ex-governadora destacou que mandou cancelar o certame e revelou que a gestão comunista está licitando R$ 46 milhões em comidas para a residência oficial do governador.

Flávio Dino silencia sobre

apreensão de veículos

Candidato foi confrontado pelo senador Roberto Rocha sobre a apreensão de carros e motos na sua gestão, mas não respondeu as perguntas

Ronaldo Rocha,

da editoria de Política

Flávio Dino deixa Mirante irritado após debate
Flávio Dino deixa Mirante irritado após debate

O governador Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição pela coligação “Todos pelo Maranhão”, silenciou sobre a apreensão de veículos durante a sua gestão, quando confrontado no debate da TV Mirante pelo senador Roberto Rocha (PSDB), da coligação “União e Coragem Para Fazer um Maranhão Melhor”.

Dino foi questionado pelo tucano em duas oportunidades, no segundo e no terceiro blocos, respectivamente, sobre o motivo que o levou – apenas no período de proximidade da eleição estadual -, a suspender as blitzes de fiscalização de trânsito e apreensão massiva de veículos em todo o território estadual.

Roberto Rocha afirmou que antes do período eleitoral, a gestão Flávio Dino apreendeu milhares de motocicletas e carros de cidadãos maranhenses. E perguntou a Dino se ele parou por causa da eleição ou se houve arrependimento.

“Aliás, falar em Serasa, é importante o governador falar aqui esta noite se ele parou de fazer blitzes para tomar carro e moto de pessoas humildes do interior do Maranhão e da capital por causa da eleição ou se é algum remorso. É importante que ele diga, porque a gente precisa saber. Existe campanha e existe governo, nós não podemos ficar aqui enganando a população. A pessoa que tinha um jumento, trocou por uma moto, perdeu a moto e ficou só com a dívida, e muitos daqueles que não perderam a moto porque esconderam, estão no Serasa. O Governo do Estado contratou o Serasa por R$ 1 milhão por mês. Vai no sistema da Secretaria da Fazenda, olha que o sujeito comprou uma moto, vai no Detran, verifica o IPVA e coloca no Serasa. Milhares de pessoas hoje estão com o nome negativo”, apontou Roberto.

Flávio Dino, apesar de questionado indiretamente, quando usou a palavra no bloco, logo em seguida, ignorou o tema e não respondeu o questionamento.

Roberto Rocha afirmou no terceiro bloco que o candidato Flávio Dino não respeita a propriedade privada. Ele cobrou novamente explicações sobre a política de apreensão de motos e carros na gestão comunista.

“O governador comunista não respeita o direito de propriedade. Ele toma inclusive a propriedade de quem é pobre, uma moto, um carro. Eu perguntei aqui: deixou de tomar agora na campanha porque? É remorso, ou é por causa das eleições? É importante a gente saber porque se eventualmente ele tem um novo mandato, precisamos saber qual o modelo de gestão do próximo mandato”,finalizou.

Assessoria de Dino tenta impedir

participação de Maura Jorge no debate

Carla Lima

Subeditora de Política

Uma confusão antes de iniciar o debate foi registrada nos corredores da TV Mirante. Assessores do governador e candidato a reeleição, Flávio Dino (PCdoB), tentaram impedir que a sua adversária, Maura Jorge (PSL), entrasse no estúdio com uma camisa com o seu número e que fazia referência ao presidenciável Jair Bolsonaro.

Pelas regras estabelecidas no debate discutida e assinada pela maioria dos representantes dos candidatos ao governo do Maranhão, não havia proibição de uso de boton ou semelhantes que indicassem o número do candidato.

E por isso, é que Odívio Neto (PSOL), Roberto Rocha (PSDB), Roseana Sarney (MDB) e Maura Jorge estavam com seus números de campanha expostos.

Como não havia nada que impedisse, a entrada da candidata foi permitida no estúdio onde aconteceu o debate.

Durante o debate, Maura Jorge registrou a confusão envolvendo seus assessores e os assessores do comunista. Segundo ela, existe uma clara tentativa de impedir sua vitória nas urnas.

Roberto Rocha cita incapacidade do

Governo de despoluir Lagoa da Jansen

Thiago Bastos

da equipe de O Estado

Um dos momentos mais marcantes do debate entre os candidatos ao Governo do Maranhão da TV Mirante, promovido na noite de ontem (2) foi quando o candidato tucano, Roberto Rocha, questionou no terceiro bloco o atual governador do estado, Flávio Dino (PC do B) acerca das ações executadas pela gestão pública para a despoluição da Lagoa da Jansen. Acuado, Dino justificou o tema citando políticas executadas, como a inclusão de uma substância química e efervescente.

Rocha, por sua vez, corrigiu Dino acerca da substância usada para tal fim e, de forma inusitada, chamou o atual governador para tomar um banho no próximo domingo na reserva hidrográfica. “Eu quero inclusive convidar no próximo domingo o governador para tomar um banho na nossa Lagoa da Jansen”, disse.

Apesar do convite, Dino não respondeu acerca do questionamento e preferiu mencionar outras medidas adotadas durante a sua gestão para corrigir possíveis falhas na política de proteção das reservas hídricas do Estado. Nas redes sociais, aliados comunistas lembraram um projeto de Rocha que construiria, nos arredores da lagoa, uma espécie de mirante para a exploração turística da lagoa.

Problemas em obras da Lagoa já denunciadas por O Estado

O mau cheiro atualmente na Lagoa da Jansen, que chama a atenção de pessoas que passam pela reserva diariamente, estaria ligada a um desequilíbrio ambiental, causada por uma obra mal sucedida do Governo do Estado no local e que se arrasta desde o ano passado. Em maio de 2017, O Estado mostrou que uma infestação de mosquitos oriundos da Lagoa seria causada na ocasião por uma troca da comporta que impediu o ciclo contínuo entre as águas da Lagoa da Jansen e do mar, o que provocou um acúmulo de sedimentos na reserva.

Em nota encaminhada na ocasião, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) informou que os serviços na Lagoa da Jansen estavam sendo executados em quatro etapas e que a última delas seria concluída até outubro do ano passado. Ainda de acordo com a pasta, os serviços na Lagoa seriam bancados por recursos do Tesouro Nacional. O Governo não citou o valor dos investimentos.

Eu quero inclusive convidar no próximo domingo o governador para tomar um banho na nossa Lagoa da JansenRoberto Rocha, candidato ao governo do MA pelo PSDB

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