COLUNA

Forçou a barra

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

O governador Flávio Dino (PCdoB) inverteu a lógica da campanha eleitoral e da própria política na tentativa de se manter encastelado no Palácio dos Leões. Ele é uma espécie de governador de oposição, que ataca os adversários como se eles estivessem no poder e com a responsabilidade de fazer o que ele não fez. Os ataques aos adversários são uma tentativa de evitar que as eleições maranhenses caminhem para um segundo turno.
Mas o que Dino fez com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou às raias do cinismo e da forçação de barra. Ontem, o comunista divulgou uma carta digitalizada e com uma assinatura de Lula. As suspeitas sobre a carta ficaram claras na mesma hora da publicação pela turba midiática manipulada pelo Palácio. E até o texto parece ser envergonhado no que prega.
Todas as cartas, recados e mensagens feitas por Lula até agora nesta campanha de 2018 - a exemplo da mensagem em que anunciou sua substituição por Fernando Haddad - foram feitas à mão pelo ex-presidente e lidas por companheiros do PT mais próximos. Esses manuscritos estão todos à disposição na mídia que os divulgou.
Por que só a carta a Dino Lula digitou em computador, imprimiu e apôs sua assinatura? E o ex-presidente dispõe de um computador em plena cela da PF onde está, em Curitiba (PR)?
Ainda que a carta tenha sido digitada por um terceiro e levada à leitura de Lula, que a aprovou e assinou, o texto continua sendo apelativo e sob suspeita de que tenha saído da cabeça do
ex-presidente. Mais uma mostra do desespero de Flávio Dino, portanto.

Ciro no peito
Há cerca de um mês, Flávio Dino passeava com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), usando inclusive adesivo colado ao peito.
Agora, surge com a tal carta de Lula, uma espécie de recado ao povo maranhense, tentativa de pressão emocional.
A tentativa de grudar em Lula é tanta que alguns candidatos comunistas mantêm o nome do ex-presidente nos santinhos distribuídos no interior.

Aécio no peito
Há quatro anos, era com o senador Aécio Neves (PSDB) que Dino passeava de mãos dadas em São Luís.
Ele chegou a usar adesivo do 45 no peito, enquanto o senador mineiro afirmava em palanque ser “alma gêmea” do governador.
Hoje, abatido pelas denúncias de corrupção da Lava Jato, Aécio tenta uma vaga na Câmara Federal e Flávio Dino faz de conta que não o conhece.

Ataques
Os ataques da turba midiática manipulada pelo Palácio dos Leões contra a candidata Maura Jorge (PSL) também refletem a insegurança do governo comunista com o segundo turno.
Maura Jorge apresenta tendência de crescimento à medida que se aproxima o segundo turno, muito por causa da ligação com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Atacá-la é a forma que o comunista tem de evitar sua chegada aos dois dígitos dos votos e a garantia de uma imprevisível nova rodada de votações.

Tom mais firme
O desânimo de líderes tucanos nacionais com o desempenho do presidenciável Geraldo Alckimin (PSDB) não abateu os coordenadores da campanha de Roberto Rocha.
Mas há quem defenda o endurecimento do jogo na reta final da campanha, mostrando os bastidores do governo comunista maranhense.
Até agora, Rocha se limitou ao discurso técnico, ao debate de ideias e a discutir o Maranhão com propostas; a ordem é mudar o tom.

Azedou
Há uma desconfiança na coordenação de campanha da candidata a senadora Eliziane Gama (PPS) de que o dossiê que está sendo divulgado contra seu marido seja “fogo amigo”.
Os aliados da deputada desconfiam de que a distribuição dos “documentos” tenha partido da campanha do seu colega de chapa, Weverton Rocha (PDT).
Tanto que a candidata evita fazer campanha ao lado do pedetista nesta reta final de campanha.

Lado a lado
Enquanto os candidatos dinistas ao Senado brigam entre si, os oposicionistas Edison Lobão (MDB) e Sarney Filho (PV) fazem campanha lado a lado no interior.
Lobão e Sarney Filho visitam juntos as lideranças, conversam juntos com a população e caminham lado a lado nas ruas e avenidas.
E o projeto é usar os dois juntos nos programas da reta final da propaganda no rádio e na TV.

DE OLHO
216 mil É o total de eleitores que ficarão fora do processo eleitoral no Maranhão por não realizar o cadastramento biométrico.

E MAIS

• Flávio Dino não usou apenas Lula em sua propaganda eleitoral, mas apelou para o próprio papa Francisco, na tentativa de se mostrar religioso.

• Um assessor do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva, foi flagrado tentando arrancar propaganda dos adversários de Flávio Dino na cidade; coisa feia!

• A partir de hoje, faltam apenas 10 dias para se conhecer os destinos do Maranhão e do Brasil, com uma das eleições mais imprevisíveis da história.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.