Discurso

Trump diz que EUA vão garantir que Irã não tenha bomba nuclear

Presidente americano disse a jornalistas que está disposto a se reunir com o presidente Nicolás Maduro e acusou a China

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursa no Conselho de Segurança da ONU
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursa no Conselho de Segurança da ONU (Trump/Reuters)

NOVA YORK - Donald Trump discursou, ontem, no Conselho de Segurança da ONU e declarou que os Estados Unidos vão garantir que o Irã não tenha uma bomba nuclear. Também disse que pretende buscar sanções ainda mais severas ao país: "Mais duras do que nunca".

Além disso, Trump acusou o Irã de incentivar a guerra na Síria e de ser o maior patrocinador do terrorismo, inflamando conflitos na região e no mundo. "A carnificina do regime sírio é permitida pela Rússia e pelo Irã", afirmou.

Antes de falar ao Conselho de Segurança, Trump teve uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e declarou que "gosta da opção de dois Estados" para resolver o conflito entre Israel e Palestina. Afirmou também que em até quatro meses apresentará seu plano de paz.

A declaração poderia ser a primeira demonstração de apoio a uma solução de dois Estados para o conflito.

Com Kim Jong-Un

Trump também anunciou ontem que deverá novamente se encontrar com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. O local e a data da reunião, segundo ele, ainda serão divulgados - mas já adiantou que o evento acontecerá "em um futuro próximo".

Ao chegar à sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Trump disse que a relação entre os dois países está "maravilhosa" e que houve "um tremendo progresso" desde o ano passado - referindo-se ao desmonte do programa nuclear de Kim Jong-un.

Venezuela

Mais cedo, Trump disse a jornalistas que está disposto a se reunir com o presidente Nicolás Maduro, se isso ajudar a Venezuela. Horas depois, a Casa Branca negou que haja algum plano nesse sentido.

"Todas as opções estão na mesa. Todas. As mais fortes e as mais brandas. Cada opção - e vocês sabem o que quero dizer com forte", declarou.

Perguntado sobre um possível encontro com Maduro, Trump respondeu: "Se ele estiver aqui, se ele quiser se encontrar... isso não estava na minha cabeça, não era minha ideia, mas se eu puder ajudar as pessoas é para isso que estou aqui".

Acusa a China

Donald Trump acusou a China de tentar interferir nas eleições legislativas de 6 de novembro nos Estados Unidos, afirmando que Pequim não quer que o Partido Republicano tenha um bom resultado devido à sua posição em questões comerciais — os dois países travam atualmente uma tensa guerra tarifária.

"A China tem tentado interferir em nossa eleição em novembro. Contra o meu governo", disse Trump, que estava presidindo o Conselho de Segurança. É a primeira vez que o presidente americano acusa diretamente o país asiático num órgão de alto nível internacional. Já o fez antes, mas nunca de forma tão crua, e nunca dentro da ONU.

"Eles não querem que eu vença porque sou o primeiro presidente a desafiar a China no comércio, e nós estamos ganhando no comércio, estamos ganhando em todos os níveis", afirmou. "Nós não queremos que eles intervenham ou interfiram nas nossas eleições".

Trump não forneceu qualquer prova para sua acusação. Não disse de que forma a China estaria interferindo, nem se as táticas chinesas estavam realmente ultrapassando a batalha entre as duas nações envolvendo o comércio internacional.

As acusações provocaram uma pronta resposta da China. "Não interferimos e nem vamos interferir nos assuntos internos de qualquer país", reagiu o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, no Conselho.

Anteriormente, o presidente acusou os chineses de onerar com tarifas os fazendeiros e trabalhadores americanos, entre outros círculos eleitorais politicamente sensíveis nos estados que o apoiam. Na semana passada, ele tuitou que a China "estava tentando impactar e mudar [o resultado de] nossa eleição ao atacar fazendeiros, rancheiros e operários só porque são leais a mim".

Os Estados Unidos recentemente impuseram tarifas a produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões (R$ 809 bilhões), o que provocou retaliações do país asiático.

Trump não concorre nas eleições deste ano, mas a eleição de novembro vai determinar se o Partido Republicano, governista, poderá ou não manter o controle da Câmara dos Deputados e do Senado.

Guerra Fria

Mais cedo, em Nova York, o chanceler chinês, Wang Yi, afirmou que, embora China e Estados Unidos possam competir entre si, não deveriam ficar presos a uma "mentalidade de Guerra Fria" e precisam evitar cair num "jogo de soma zero", que não beneficia nenhum dos lados.

Numa reunião com o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, durante a Assembleia Geral da ONU, Wang disse que os dois países só têm a perder se se enfrentarem.

"China e Estados Unidos podem competir, mas não devem se valer de uma mentalidade de Guerra Fria nem acabar num jogo de trapaças", afirmou ele, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês. "Recentemente, certas forças nos EUA vêm manchando continuamente o nome da China, criando um sentimento de antagonismo que está provocando sérios danos à atmosfera das relações sino-americanas", acrescentou Wang.

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