Violência

Jungmann diz que Brasil terá meta para reduzir homicídios

Redução constará do Plano Nacional de Segurança Pública para 2019, que será presentado nos próximos dias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Latrocínio é o crime que mais assusta, diz o ministro da Segurança, Raul Jungmann
Latrocínio é o crime que mais assusta, diz o ministro da Segurança, Raul Jungmann (Agência Brasil/Jungmann)

BRASÍLIA - O governo quer reduzir em 3,5% ao ano o número de 63 mil homicídios registrados, em média, no país. A informação é do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que prepara para os próximos dias a apresentação das metas do Plano Nacional de Segurança Pública para 2019.

Segundo o ministro, é necessário mudar o quadro de o Brasil ser "campeão absoluto de homicídios no mundo". De acordo com Jungmann, há um crescimento médio de 4% ao ano de taxas de homicídios no país, o que causa preocupação à sociedade e também às autoridades de segurança pública.

A afirmação do ministro foi dada durante entrevista coletiva sobre o balanço da Operação Midas, deflagrada para prender autores de crimes como roubo e latrocínio em 25 estados e no Distrito Federal.

O Brasil registrou mais mortes violentas de 2011 a 2015 do que a Síria, um país em guerra, em igual período. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Nesse período foram 278.839 registros de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial no Brasil, de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, frente a 256.124 mortes violentas na Síria, entre março de 2011 e dezembro de 2015, de acordo com o Observatório de Direitos Humanos da Síria.

Operação Midas

Terceira operação coordenada pelo Sistema Único de Segurança Pública (Susp), a Operação Midas contou com a participação de 3.745 policiais civis. A megaoperação tem por objetivo prender autores de crimes de roubo e de latrocínio (roubo seguido de morte).

Segundo o ministro Raul Jungmann, entre as justificativas da operação está a de que o dinheiro roubado, principalmente de carros-fortes e de caixas eletrônicos, acaba sendo usado por facções para a prática de outros crimes, como tráfico de drogas, contrabando e até mesmo financiamento de campanhas políticas.

Até o início desta tarde de ontem, foram feitas 116 prisões por roubo; três por latrocínio e 154 por outros crimes, além de 60 prisões em flagrante. Foram cumpridos 155 mandados de busca e apreensão. Mais de 1 tonelada de maconha e de 4 quilos de cocaína foram apreendidos, além de 33 mil unidades de ecstasy, 31 armas de fogo e seis veículos. Como a operação terá duração de pelo menos 48 horas, a expectativa é de expansão desses números.

O único estado que não participou da Operação Midas foi o Amazonas, devido a algumas dificuldades operacionais decorrentes de uma mudança que está ocorrendo em um cargo de chefia na área de segurança pública.

Mais assusta

Segundo Jungmann, o latrocínio é o crime que mais assusta porque é o que resulta em maior número de delitos. Segundo ele, trata-se de um tipo de crime que acaba servindo para financiar outras práticas criminosas, cometidas pelas cerca de 70 facções criminosas existentes no Brasil. “O roubo a caixas eletrônicos têm acontecido em quantidade de milhares ao ano. Nossos setores de Inteligência informam que ele serve de capital de giro para as facções, para o financiamento de outras atividades, como tráfico de drogas, contrabando, descaminho e tantas outras operações que são promovidas pelo crime organizado.”

De acordo com o ministro, há também preocupação com o fato de tais facções usarem esse dinheiro inclusive para o financiamento de campanhas políticas. “Identificamos [participação de facções] não só nessas [eleições], mas nas eleições passadas. O que estamos fazendo é criar um filtro para evitar que esses políticos se elejam e, se eleitos, levamos nossas informações ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral], para que tome as providências necessárias, que, esperamos, seja a cassação desses representantes do crime organizados. Não se pode admitir que representantes do crime venham a fazer parte do Parlamento, seja ele municipal, estadual ou federal”, disse Jungmann.

Para o ministro, as facções são atualmente “o principal pesadelo e o principal problema a ser enfrentado pela segurança publica” por, de dentro dos sistemas penitenciários, controlarem os crimes nas ruas.

Jungmann informou que, nos próximos dias, serão apresentadas as metas da Política Nacional de Segurança Pública, entre as quais está a redução em 3,5% ao ano dos 63 mil homicídios que ocorrem a cada ano no Brasil. “O Brasil está assumindo e propondo aos estados uma redução de 3,5% ao ano, dos homicídios. Como os homicídios vinham crescendo 4%, se conseguirmos uma redução, até 2019, de 3,5, teremos reduzido em 7,5% esses crimes”, argumentou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.