Insuficiente

Circulação de ônibus no fim de semana gera reclamações

Demora do transporte público é uma das principais reclamações de quem utiliza esse tipo de serviço durante o fim de semana; usuários reclamam, ainda, da falta de segurança em vista da baixa movimentação em ruas e avenidas

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

SÃO LUÍS – Usuários reclamam da dificuldade que é se locomover através do transporte coletivo público na capital aos sábados e domingos quando a frota de ônibus é reduzida pela metade. Com paradas de ônibus com movimentação menor que o normal e diferente de como ocorre de segunda a sexta-feira, quem utiliza dos coletivos para trabalhar e aproveitar o lazer do final de semana precisa ter mais paciência. Usuários dizem ter receio da criminalidade e se sentem mais sujeitos à violência nas paradas, por causa do baixo movimento. O Estado constatou o problema em trechos da capital, como no Centro e nas avenidas Marechal Castelo Branco, no São Francisco, e Colares Moreira, na região do Renascença.

O que não faltam são relatos de passageiros que precisam do transporte público, cotidianamente, na Grande São Luís, mas nos finais de semana, as reclamações são bem maiores, haja vista o tempo de espera, que é uma das principais queixas dos usuários. Ônibus que demorariam entre 10 a 20 minutos para passar, circulam em determinados locais no dobro do tempo (ou mais) do que se esperaria em uma segunda-feira - início de semana - por exemplo.

“A população de São Luís, historicamente, tem dificuldade em se locomover por meio do transporte público durante os finais de semana. A gente perde muito tempo esperando ônibus, é bastante dificultoso. A redução da frota implica em muitos pontos negativos para o usuário, o que não é justo. A vida da população não para; a gente precisa ir para o trabalho, aproveitar o dia de lazer, ou até mesmo ir para o hospital, e essa redução acaba interferindo muito na vida de quem precisa”, frisou a auxiliar administrativa Liziane Ramos, de 39 anos.

Para a vendedora Jayane Ribeiro, que trabalha em um shopping da capital - que funciona em escala diferente - a situação é bastante complicada, principalmente pelo cumprimento dos horários, que é um dos pontos chaves para quem quer se manter no mercado de trabalho. “É muito difícil se locomover em São Luís durante o final de semana. Como eu trabalho em shopping, que funciona no final de semana, para mim é muito difícil, eu acabo tendo que sair mais cedo de casa que o normal. Eu já cheguei várias vezes atrasada no serviço, inclusive, o chefe reclamou, eu até tentei explicar, mas ele disse que a falta de ônibus não é explicação”.

Falta de segurança
Além da falta de paciência do usuário em ter que esperar mais tempo que o necessário para se locomover pela cidade nos finais de semana, outra grande falta relatada pela população que depende do transporte coletivo público é a de segurança nas paradas de ônibus, já que com a baixa movimentação em ruas e avenidas da capital, acaba sendo uma oportunidade para assaltos e outros crimes.

“À noite aparecem pessoas estranhas nas paradas, a gente fica meio preocupado. A polícia só passa, e não é suficiente. É preciso mais segurança, porque a gente fica mais sujeito à criminalidade”, ressaltou o estudante Gilmar Soares.

Esse também é o receio da aposentada Conceição Costa, de 65 anos, que estava só em uma parada de ônibus, em frente a um shopping da capital, localizado na Avenida Colares Moreira. “Além da falta de ônibus, que praticamente não circulam, eu fico com medo. Quando aparece mais gente, eu fico aliviada, mas dia de domingo é assim, tudo deserto. Graças a Deus nunca fui vítima de assalto, mas confesso que fico com muito medo, e eu não tenho nem para onde correr, porque ninguém socorre ninguém, é tudo fechado”, declarou.

O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís e, em nota, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou que irá acionar os consórcios responsáveis pelo transporte público das regiões citadas na reportagem, a fim de que sejam adotadas as medidas necessárias para solucionar os problemas reclamados.

Segurança
Já o Governo do Maranhão, através da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) ressaltou que o estado vem registrando redução dos índices de criminalidade desde 2015. O número de homicídios na Grande São Luís caiu 59,3% em 2017, em relação a 2014. De janeiro a junho de 2018, foram 186 homicídios. Em 2014, antes das mudanças adotadas na política de Segurança Pública, foram 432 assassinatos nos seis primeiros meses do ano.

Disse, ainda, que a diminuição da violência, registrada ano a ano, é resultado dos investimentos do Governo do Estado nas forças de segurança e que o Maranhão tem 15 mil policiais atuando no estado, cerca de 3.500 novas nomeações em pouco mais de três anos; mais de mil novas viaturas entregues; novos prédios abertos para ampliar o poder de investigação e prevenção da polícia; aquisição de armas e munições, cursos de capacitação da corporação.

Por fim, frisou que, na capital, a Polícia Militar vem realizando operações preventivas e ostensivas nas ruas e avenidas, nas quais os pedestres e veículos em situação suspeita são abordados e revistados; que barreiras também são montadas em pontos estratégicos com o objetivo de combater os assaltos aos coletivos e que o efetivo policial é mantido aos finais de semana.

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