LONDRES - A premiê britânica Theresa May fez um pronunciamento na sexta-feira,21, em que reiterou que não vai mudar de rumo nas negociações do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia(UE), que enfrenta um impasse entre o governo britânico e os líderes do bloco.
May disse que o Reino Unido "tratou a UE com nada além de respeito" e "o Reino Unido espera o mesmo", acrescentando que "não é aceitável rejeitar propostas sem apresentar contra-propostas detalhadas".
O afastamento da União Europeia foi aprovado em plebiscito em junho de 2016 e marcado para 29 de março de 2019. May costurou um acordo para conduzir esse afastamento que prevê conservar uma estreita relação comercial entre Reino Unido e UE após o Brexit. A iniciativa encontra críticas entre os europeus, além de enfrentar oposição dentro do próprio governo.
Um dos principais obstáculos nas negociações é a linha divisória entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, um Estado-membro da UE. Londres e Bruxelas se opõem a restabelecer os controles de fronteira nessa área por temerem ameaçar o frágil acordo de paz na Irlanda do Norte, mas divergem sobre como evitá-lo.
O pronunciamento é feito no dia em que a imprensa britânica publica reportagens dizendo que May foi "humilhada" pelos dirigentes europeus, que exigiram uma revisão de seu plano para o Brexit, durante uma reunião informal realizada nesta quinta em Salzburgo, na Áustria.
"Ninguém quer um bom acordo mais do que eu, mas a UE deve ser clara. Não vou reverter o resultado do referendo, nem vou romper com meu país", disse.
"Nesse estágio das negociações, não é aceitável simplesmente rejeitar as propostas do outro lado sem uma explicação detalhada e contra-propostas. Agora temos que ouvir da UE quais são as reais questões e quais as alternativas deles para que possamos discuti-las. Até que isso aconteça, não podemos fazer progressos", afirmou.
Relações
Ao final da reunião na Áustria, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que "o marco das relações econômicas da forma como foi apresentado, não funcionará, porque minaria os fundamentos do mercado interno".
Londres e Bruxelas, sede do governo da UE, deveriam alcançar um acordo antes da cúpula de outubro para poder organizar a saída em tempo. O acordo deve estar pronto em novembro para dar tempo de ser ratificado tanto pelo Parlamento britânico quanto pelo europeu. No entanto, a seis meses para a saída, as negociações não avançam, despertando o temor de que não se chegue a um acordo.
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