Eleições 2018

Bolsonaro volta a negar criação de CPMF no país

Candidato a presidente determinou que o vice, Hamilton Mourão, e seu conselheiro econômico, Paulo Guedes, reduzam suas atividades eleitorais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Bolsonaro repreendeu seu candidato a vice-presidente
Bolsonaro repreendeu seu candidato a vice-presidente (Bolsonaro)

SÃO PAULO - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, voltou a usar o Twitter para negar a ideia de recriação da CPMF. Na noite desta quarta-feira, 19, o deputado classificou o assunto como "notícias mal-intencionadas".

"Ignorem essas notícias mal-intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede", afirmou. "Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso. Boa noite a todos!", escreveu o líder nas pesquisas.

Mas em meio à polêmica trazida pela tema e também diante das recentes declarações de seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), Bolsonaro determinou, conforme publicou o Broadcast/Estadão, que o vice e o conselheiro na área econômica, Paulo Guedes, reduzam suas atividades eleitorais.

A campanha quer estancar o desgaste provocado por declarações polêmicas dos dois aliados. Na manhã desta quarta, o perfil de Bolsonaro no Twitter já havia reiterado o compromisso com a redução da carga tributária após notícia de que Guedes estuda como proposta para um eventual governo a criação de um novo imposto nos moldes da antiga CPMF, pondo em xeque o discurso da campanha.

Mulheres

Também na noite desta quarta, Bolsonaro postou em suas redes sociais um vídeo falando, em tom emocionado, de sua filha Laura, a primeira depois de quatro filhos homens. O vídeo é uma maneira da campanha tentar se contrapor ao movimento "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro" que surgiu na Internet.

Na transmissão de pouco mais de um minuto, o capitão da reserva diz: "Tenho uma enteada em casa, minha esposa era mãe solteira e falou que a grande realização do casamento é ter filhos", disse ele, destacando que desfez uma vasectomia, Laura nasceu e isso mudou a vida da família. Ao falar que sua mulher foi mãe solteira, ele tenta também se contrapor às declarações de seu vice Mourão, que chamou de desajustadas as famílias cujos filhos são criados sem pai.

Na manhã desta quinta-feira, 20, Bolsonaro voltou a usar a rede social, desta vez para reafirmar pontos que vem defendendo ao longo de sua campanha, como o combate a violência e a redução da maioridade penal.

"O brasileiro desta vez tem a opção de escolher alguém que pegue firme contra a violência, a favor do livre mercado, contra o aborto e a doutrinação ideológica na educação, livre de acordões políticos e a favor da redução da maioridade penal. Mudaremos juntos a direção do Brasil!", escreveu o deputado.

Mais

O candidato do PSL à Presidência nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, é o destaque da capa da edição desta semana da revista britânica The Economist. No seu artigo principal, a publicação destaca o deputado como "a última ameaça para a América Latina" e considera que um eventual governo Bolsonaro seria "desastroso" para o Brasil e a região. O texto compara o avanço de Bolsonaro e de suas propostas ao avanço do populismo nos Estados Unidos, com Donald Trump; na Itália, com Matteo Salvini; e nas Filipinas de Rodrigo Duterte.

Ciro vai mirar voto antipetista

e de tucanos “sem plumagem”

Presidente do PDT, Carlos Lupi pretende modular

o discurso para eleitores independentes

Brasília - O presidente do PDT, Carlos Lupi, disse à reportagem nesta quinta-feira, 20, que a campanha de Ciro Gomes deve mirar em parte do voto anti-petista para conseguir chegar ao segundo turno das eleições presidenciais. A estratégia é modular o discurso de Ciro também para o que o partido chama votos de tucanos "sem plumagem" e "votos independentes", que hoje flutuam entre candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos).

"Tem um chamado voto independente e também tem o voto do tucano sem plumagem, do tucano mais simples: esses dois votos ainda não estão definidos na minha opinião. Podem flutuar de lá para cá, mas eles vão decidir ainda. Tenho certeza que tanto o eleitor que vota no PT com consciência, sem ser fanático, quanto o tucano sem plumagem, vão querer um voto contra o Bolsonaro", disse. "(O tucano sem plumagem) também é um voto anti-petista e se divide um pouquinho (entre Geraldo Alckmin, João Amoêdo e Alvaro Dias) porque eles estão muito inseguros. Quando eles começarem a sentir que a embarcação do Alckmin está naufragando, vão começar a buscar um caminho", complementou.

Para Lupi, esse eleitor é geralmente de classe média, não gosta de radicalismo e pode enxergar no Ciro uma alternativa por conta do moto do desenvolvimento via geração de empregos. "Esse eleitorado, no meu modo de ver, é nacionalista, quer desenvolvimento, vê o emprego como mote principal para o crescimento da economia, é de classe média e não quer radicalismo. Eu falo brincando que não somos nem coxinha, nem mortadela, somos rapadura: dura, mas doce. Estamos querendo um pouco desse campo, dessa parcela do eleitorado", explicou.

Lupi contou também que não tem receio de que esse discurso possa assustar os eleitores de esquerda que já estão com Ciro Gomes. "Não (corremos risco de perder eleitor de esquerda), porque normalmente esse eleitor é mais consciente, já deixou de ser fanático. (Esse eleitor) quer a vitória do Ciro porque acha que ele é mais preparado e entende que, por isso, Ciro tem que ganhar votos", defendeu.

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