Refugiados

ONU nomeia representante para a crise migratória da Venezuela

Escolhido é Eduardo Stein, ex-vice-presidente da Guatemala. Ele deverá promover diálogo e consenso para uma resposta humanitária à crise migratória

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

CARACAS - A Agência da ONU para os Refugiados e a Organização Internacional para as Migrações anunciaram ontem a nomeação de Eduardo Stein como representante especial para os refugiados e imigrantes da Venezuela que fogem da crise em seu país.

Stein, que foi vice-presidente da Guatemala entre 2004 e 2008, "trabalhará para promover o diálogo e o consenso necessários para a resposta humanitária, incluindo o acesso ao território, proteção dos refugiados, estatuto regular e a identificação de soluções para refugiados e imigrantes venezuelanos", assinalaram a Acnur e a OIM em um comunicado conjunto.

A ONU responde a um pedido da Colômbia, que nas últimas semanas advertiu que não tinha capacidade para enfrentar sozinha a chegada de dezenas de milhares de migrantes venezuelanos que fugiram da crise política e econômica em seu país.

O chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, foi a Genebra na segunda para defender seu caso diante de vários altos funcionários da ONU, que insistiram na "urgência de um fundo humanitário de emergência para fortalecer a capacidade orçamentária, em face da referida crise".

O chefe de Relações Exteriores da Colômbia também destacou "a necessidade de nomeação de um alto funcionário no âmbito das Nações Unidas, cuja tarefa é coordenar a ação multilateral".

"Quanto mais cedo melhor, porque a crise está aumentando drasticamente a cada dia", disse a repórteres após reunião com a Alta Comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

'Grande esforço'

Trujillo há tempos defende um esforço internacional para atender esse problema.

"A Colômbia não pode suportar esta situação sozinha, nós estamos fazendo um grande esforço, se vão continuar fazendo maiores esforços, mas a magnitude da crise é tamanha que não temos a capacidade suficiente para atendê-la", disse Trujillo à Caracol Radio na semana passada.

Ele assegurou que a Colômbia, que recebeu ajuda dos Estados Unidos, insistirá em impulsionar "medidas e ações concretas" no plano nacional, regional, multilateral e internacional para enfrentar a onda migratória.

Entre elas, reiterou a necessidade de criar um fundo multilateral de emergência.

Mais de um milhão na Colômbia

Os venezuelanos, afogados pela crise econômica, sofrem com a escassez de produtos essenciais, especialmente medicamentos e alimentos.

A Colômbia, que compartilha 2.200 quilômetros de fronteira com a Venezuela, recebeu nos últimos anos mais de um milhão de pessoas e mais de 820 mil se regularizaram no país.

Segundo a ONU, dos 2,3 milhões de venezuelanos que vivem no exterior, mais de 1,6 milhão saíram do país depois de 2015.

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