O insustentável silêncio dos planos de governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Juntos, os planos de governo dos 13 candidatos à Presidência da República somam 563 páginas, sendo que alguns possuem menos de 10 e um deles mais de 200. Juntas, as menções ao termo “sustentável” somam 75 citações, sendo que em pelo menos três deles (com menores índices nas pesquisas) sequer aparecem, e em quatro aparece como uma citação vaga que em nada esclarece sobre os reais objetivos. Falar em desenvolvimento sustentável e se posicionar como um propositor efetivo exige do candidato um indicativo mais assertivo sobre quais são os caminhos a serem trilhados. A falácia de um desenvolvimento “sustentável” no termo e inexequível na prática já consumiu recursos, tempo e paciência em demasia da combalida sociedade brasileira.

Também atrelar o termo à economia, ao social ou ao meio ambiente separadamente já deveria ser prática superada. O conceito de sustentabilidade, como apenas três candidatos citaram de maneira mais completa, abrange maior amplitude do que o reflorestamento ou os cuidados com o meio ambiente - e estes dois aspectos obviamente não podem ser esquecidos.

A sustentabilidade de uma sociedade bem constituída e pronta para o desenvolvimento com bases sólidas, provém de eficiência no uso de seus recursos naturais, com o devido cuidado para que não se esgotem; mas também deve estar fundamentada em boas políticas de educação e saúde, que permitam a redução da desigualdade da riqueza e da cultura no país. Só com maior justiça social podemos fortalecer a produção local, visando o atendimento ao mercado interno ou externo, gerando empregos qualificados que possam incorporar esses trabalhadores igualmente qualificados nos desafios que temos pela frente com a Quarta Revolução Industrial.

Uma sociedade sustentável é aquela que conhece seus direitos, que concebe suas leis para preservar o bem comum, e que busca a todo custo a preservação de seus recursos naturais como a melhor forma de garantir seu sustento ao longo de gerações futuras.

Um país sustentável sabe de seus compromissos internacionais e a necessidade de cumpri-los em prol de uma nova geopolítica que nos insira de forma ainda mais competitiva. O postulante ao mais elevado cargo executivo do país não pode fugir a esses compromissos que são de Estado e não de governos anteriores. Ele, ou ela, tem o dever de se colocar à disposição do cumprimento de acordos que beneficiem a sociedade brasileira em nível global e local.

Uma sociedade sustentável é aquela que conhece seus direitos, que concebe suas leis para preservar o bem comum, e que busca a todo custo a preservação de seus recursos naturais como a melhor forma de garantir seu sustento ao longo de gerações futuras.

Um país sustentável sabe de seus compromissos internacionais e a necessidade de cumpri-los em prol de uma nova geopolítica que nos insira de forma ainda mais competitiva. O postulante ao mais elevado cargo executivo do país não pode fugir a esses compromissos que são de Estado e não de governos anteriores. Ele, ou ela, tem o dever de se colocar à disposição do cumprimento de acordos que beneficiem a sociedade brasileira em nível global e local.

Marina Grossi

Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável

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