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Quilombolas e sem-terra querem que o Incra/MA cumpra acordos

Integrantes desses movimentos estão acampados na sede do órgão, situado na Avenida Santos Dumont, em São Luís

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Quilombolas e sem terra ocupam a área externa do Incra enquanto esperam negociações
Quilombolas e sem terra ocupam a área externa do Incra enquanto esperam negociações (De Jesus)

SÃO LUÍS - Quilombolas e sem-terra estão acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Avenida Santos Dumont, em São Luís, onde aguardam uma reunião com o superintendente do órgão para exigir agilidade em documentos que regularizem territórios, que, conforme os manifestantes, pertencem a eles. Integrantes desses movimentos realizaram uma manifestação durante a manhã de ontem.

“Uma empresa [Suzane Papel Celulose, segundo um sem-terra] solicitou à Justiça uma reintegração de posse e querem nos tirar das terras em Buritirana, na cidade Bom Jesus das Selvas. Viemos solicitar ao superintendente que cancele essa decisão ou que nos mude para outras terras, mas que seja no mesmo município. Viemos pedir uma proteção”, afirmou Raimundo Nonato Penha de Oliveira, lavrador de 45 aos, integrante do movimento sem-terra.

“Viemos aqui para pedir que o Incra autorize o término do laudo antropólogo do nosso território na comunidade quilombola do Alto Bonito, em Brejo. Em 2015 fizemos um acordo e nada resolvido. Queremos a identificação das áreas quilombolas, pois não podemos usufruir por falta dessa identidade. O Incra tem que resolver essa pendência”, relatou Raimundo Nonato Gomes, liderança de comunidade quilombola em Brejo.

Acordos fechados

Segundo outros integrantes de comunidade quilombolas, acordos fechados ainda em 2015 tinham como previsão a conclusão de todo procedimento até 2018 para que 72 terras fossem tituladas no Maranhão. Porém, apenas 10 comunidades tiveram os processos concluídos. Os quilombolas reclamam ainda que 400 processos estão em análise no Estado.

O Estado foi à sede do Incra-MA na tarde de ontem. O superintendente George Aragão não foi encontrado. Um funcionário informou que a qualquer momento Aragão poderia voltar para uma reunião com os manifestantes.

Mais cedo, o superintendente informou em entrevista ao G1MA que os quilombolas ainda não apresentaram oficialmente a pauta de reivindicação. Ele disse que aguarda esse contato para negociar com o movimento a liberação do prédio.

Os integrantes dos movimentos fixaram cartazes em frente ao prédio do Incra com mensagens de protesto. “Não vamos sair daqui enquanto não conversarmos e resolvermos essa situação com o superintendente”, afirmou Raimundo Nonato Gomes. O acesso ao Incra permanece parcialmente fechado.

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