Editorial

Cenário impactante na Ilha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

O flagrante do repórter fotográfico Biné Morais, estampado na capa da edição desta terça-feira (18) de O Estado, é impactante. Um mar de plástico e outros dejetos ocupam toda a extensão do leito de um braço do Rio Anil, na área da Vila Palmeira, em São Luís. Milhares de garrafas pet se amontoam num cenário de degradação e prejuízo ao meio ambiente, provocando um misto de tristeza e revolta.

Tristeza porque todos sabem que essa é apenas uma amostra de um problema maior, que assola não só a Ilha de São Luís, mas todo o mundo. Revolta, porque tal problema resulta da falta de conscientização da população e do descaso das autoridades. E isso não é de hoje.

O descarte correto do lixo é responsabilidade de todos. O cidadão deve saber a melhor forma de livrar-se dos dejetos que produz, sem causar danos ao próximo e ao meio ambiente. Já o poder público deve possibilitar os canais definitivos para que esse descarte possa ser feito da maneira correta, com ações que englobem a educação ambiental na comunidade.

Não é de hoje que órgãos oficiais e entidades não governamentais buscam uma solução definitiva para a questão no planeta. Os oceanos estão cheios de lixo, principalmente material plástico. São resíduos que acabam contribuindo para a grande mortandade de peixes, aves e outros animais marinhos, como as tartarugas, pois esses engolem os dejetos e acabam sufocando e morrendo.

Em São Luís, segundo o Comitê Gestor de Limpeza Urbana, são recolhidas, diariamente, cerca de 20 toneladas de lixo da faixa de areia das praias de São Luís. Entre os mais comuns estão o plástico (em especial as garrafas PET) e o vidro. Não é pouco, até porque as toneladas dizem repeito apenas à faixa de areia.

O cuidado com esse problema é urgente, para o bem e a qualidade de vida de toda a população. Isso porque, além da degradação ambiental, há os reflexos na saúde pública, com o surgimento de doenças e males que atingem a população. Daí a necessidade de um trabalho de esclarecimento da população, pois o lixo que ela espalha sem cuidado acaba retornando em forma de mais problemas para ela própria.

É preciso que hajam ações efetivas que busquem dar solução definitiva para tal problema. Óbvio que ações como a Clean Up The World, realizada em São Luís, no sábado (15) e domingo (16) são importantes, mas também são pontuais, de periodicidade longa, não garantindo a limpeza constante e necessária dos mananciais. A importância pode ser medida diante do total de lixo coletado durante a campanha: 45 toneladas.

Mas, para a tão sonhada solução do problema é preciso fazer muito mais. É necessário que haja um compromisso, com cidadão e poder público unidos para que o lixo fique restrito a seu devido lugar e descartado de forma, sem alcançar os espaços de lazer da comunidade e sem deixar feio e sujos espaços de natureza bela e singular.


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