Destruição

Tufão Mangkhut chega à China após deixar mortos nas Filipinas

Hong Kong emitiu alerta máximo por causa da chegada do tufão; pelo menos 25 pessoas morreram nas Filipinas e milhares fugiram

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Uma mulher corre na tempestade enquanto o tufão Mangkhut se aproxima em Shenzhen
Uma mulher corre na tempestade enquanto o tufão Mangkhut se aproxima em Shenzhen (Uma mulher corre na tempestade )

CHINA - Depois de deixar dezenas de mortos nas Filipinas, o super tufão Mangkhut chegou ontem,16, à China, segundo a agência metereológica do país. O tufão atingiu a província de Guangdong com ventos de 160 km/h, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

A emissora de televisão estatal CGTN informou que as ondas inundaram um hotel à beira-mar na cidade de Shenzhen. Espera-se que Mangkhut percorra 100 quilômetros ao sul de Hong Kong e se dirija para o oeste, na direção da província chinesa de Guangdong, e de Macau.

Antes da chegada do Mangkhut, a China ordenou a retirada de pessoas de áreas de risco do sul do país, suspendeu os serviços de trem de alta velocidade e suspendeu aulas. Segundo a mídia estatal, 2,45 milhões de pessoas foram realocadas na província de Guangdong e 50 mil barcos voltaram aos portos.

O Observatório de Hong Kong emitiu neste domingo alerta máximo por causa da chegada do tufão Mangkhut, que apresenta uma grande "ameaça" para a cidade, assim como para várias províncias do sudeste de China.

O ministro da Segurança de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, pediu que os moradores se preparassem para o pior.

O aeroporto internacional de Hong Kong, um importante centro regional, cancelou a maioria dos voos. Em Macau, as autoridades ordenaram que os cassinos fossem fechados às 23h deste sábado. Segundo o jornal "South China Morning Post", essa foi a primeira vez que a medida foi tomada.

No ano passado, o tufão Hato, um dos mais fortes dos últimos anos, abalou a região, causando nove mortes e danos em Macau, provocando críticas de que as autoridades não estavam bem preparadas.

Mortos nas Filipinas

O Mangkhut passou pelas Filipinas com ventos de mais de 200 km/h, deixando dezenas de mortos e forçando o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas. O tufão, que é o mais poderoso dos últimos cinco anos a atingir o país, causou fortes chuvas, inundações e ondas de até seis metros.

Autoridades filipinas disseram que 25 pessoas foram mortas, incluindo um bebê e uma criança, a maioria em deslizamentos de terra em áreas montanhosas que deixaram pelo menos 13 desaparecidos.

"Os deslizamentos aconteceram quando alguns moradores voltaram para suas casas após o tufão", disse o coordenador de resposta a desastres, Francis Tolentino, na rádio DZMM.

No norte do país, as autoridades temem que cerca de 40 pessoas, a maioria mineiros, estejam presos em um deslizamento de terra em uma cidade montanhosa. Segundo a AP, equipes de resgate trabalham no local.

Em todas as regiões atingidas pelo tufão, mais de 50 mil pessoas deixaram suas casas, embora seus efeitos afetaram mais de 5,2 milhões de filipinos que vivem em um raio de 125 km da trajetória de Mangkhut, segundo os dados Conselho Nacional de Gestão de Redução de Riscos de Desastres das Filipinas (NDRRMC, sigla em inglês).

Avaliação de danos

O presidente Rodrigo Duterte visitou ontem a província de Cagayan, onde realizou uma "inspeção aérea" para avaliar os danos e se reuniu na capital, Tuguegarao, com seu gabinete para discutir os trabalhos de resposta imediata e de reconstrução.

"Compartilho minhas condolências com quem perdeu seus entes queridos", afirmou o presidente em pronunciamento ao vivo na televisão, no qual afirmou que o governo está fazendo de tudo para "o país voltar à normalidade o mais rápido possível".

A expectativa é que hoje, 17, Duterte visite a região de Cordillera, onde, por enquanto, foram registradas mais vítimas – 24 mortos e 13 desaparecidos. Na província de Nueva Ecija foram confirmadas quatro mortes e, em Ilocos, uma.

Um assessor do presidente ressaltou que devem ser encerradas as tarefas de busca e resgate para poder começar amanhã os trabalhos de reconstrução nas áreas afetadas, com o objetivo principal de restabelecer o fornecimento de energia e as comunicações.

Mais de 130 mil pessoas permaneciam ontem, 16, ainda nos abrigos montados pelo governo e cerca de 15 mil estavam refugiados em casas mais seguras de parentes, segundo os últimos dados divulgados pelo Centro Nacional de Redução de Desastres.

Apesar das dificuldades de acesso, a ajuda internacional já começou a fluir, precisamente 20 mil sacos de arroz do Programa Mundial de Alimentos; além de US$ 570 mil doados pela Austrália em artigos de primeira necessidade para 25 mil pessoas, que serão distribuídos pela Cruz Vermelha.

A passagem do temporal, o pior que chega às Filipinas desde o supertufão Haiyan em 2013, afetou, por enquanto, mais de 250 mil pessoas de maneira direta, segundo a Cruz Vermelha, embora mais de 5 milhões de filipinos vivam nas áreas atingidas pelo Mangkhut.

Antes do passagem do tufão, o governo filipino destinou mais de US$ 30 milhões para os trabalhos de emergência.

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