Igreja Católica

Papa expulsa padre acusado de abuso sexual no Chile

Anúncio ocorre simultaneamente a operações da polícia chilena em escritórios da Igreja no país

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

VATICANO - O papa Francisco expulsou no sábado um padre chileno que está sendo investigado em um caso envolvendo abuso sexual de crianças, segundo reportagem da mídia local, em meio a um crescente escândalo de abusos que abalou a Igreja Católica.

A Arquidiocese de Santiago disse que o papa decidiu exonerar o reverendo Cristian Precht, informou o jornal local El Mercurio.

Precht era um ex-chefe do grupo de direitos humanos do Vicariato de Solidariedade da Igreja que na década de 1980 desafiou o ex-ditador Augusto Pinochet a acabar com a prática de tortura no Chile.

Desde então, o conhecido líder religioso chileno foi acusado de abuso sexual como parte da investigação de denúncias contra membros da comunidade religiosa dos Irmãos Maristas.

Precht negou anteriormente as acusações.

O anúncio do papa Francisco ocorre no momento em que a polícia chilena faz operações em escritórios da Igreja em todo o país andino em busca de novos casos de abuso sexual ou provas de que funcionários da Igreja ocultaram o abuso das autoridades.

Na Holanda

Mais da metade dos bispos e cardeais holandeses ativos entre 1945 e 2010 estavam cientes das agressões sexuais cometidas dentro da Igreja Católica em seu país, revelou o jornal NRC. "Na Holanda, também cardeais e bispos encobriram agressões sexuais, o que permitiu mais vítimas", escreve o jornal.

A Igreja Católica está imersa em todo o mundo em vários escândalos de padres pedófilos encobertos por sua hierarquia, em nome da proteção da instituição.

Vinte dos 39 cardeais holandeses, bispos e bispos auxiliares foram implicados em casos de abuso na Igreja Católica entre 1945 e 2010", disse a NRC em uma extensa matéria publicada no sábado. A Igreja Católica holandesa confirmou “uma parte" dessas revelações.

Algumas informações são baseadas em informações anônimas obtidas pela célula de acolhimento de vítimas implementada pela Igreja.

"Os nomes de vários bispos correspondem ao que é informado em um relatório encomendado pela Igreja em 2010", disse uma porta-voz da Igreja Católica Holandesa, Daphne van Roosendaal.

Os bispos mencionados faleceram em sua maioria e todos os casos acabaram prescritos, acrescentou. Nenhum dos bispos envolvidos na investigação do jornal está atuando pastoralmente. Os que ainda estão vivos não quiseram comentar o caso, informou o jornal.

Combate à pedofilia

A comissão contra a pedofilia do papa Francisco já advertiu que o combate às agressões contra crianças deve ser "a prioridade" da Igreja Católica.

A Igreja Católica alemã declarou-se "desanimada e envergonhada" depois do vazamento de um estudo que revela que milhares de crianças sofreram abusos sexuais nas mãos de padres entre 1946 e 2014.

Pelo menos 3.677 crianças, a maioria meninos com menos de 13 anos, foram vítimas de abuso sexual por 1.670 clérigos, de acordo com uma investigação da Conferência Episcopal Alemã, que foi consultada pela revista "Der Spiegel" e pelo jornal "Die Zeit".

Por três anos e meio, um grupo de pesquisadores das Universidades de Mannheim, Heidelberg e Giessen examinou 38.000 dossiês e manuscritos de 27 dioceses alemãs transmitidos pela Igreja.

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