PROBLEMA

Poço artesiano funciona com deficiência na Vila Passos

Moradores sofrem com desabastecimento; em outros pontos da região, quem recebe o líquido reclama da qualidade com que é distribuído; para beber, é preciso comprar

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Mesmo com implantação do poço, a água não serve para os moradores
Mesmo com implantação do poço, a água não serve para os moradores (poço)

Moradores da Vila Passos, na região central de São Luís, têm passado por maus bocados com o abastecimento de água, mesmo com instalação de poço artesiano integrado ao programa “Água para Todos”, do Governo do Maranhão. Além da falta do líquido, a qualidade não é das melhores, pois, segundo quem reside no local, a água chega em estado de turbidez e extremamente salobra. Para beber, tem sido necessário comprar galões de água mineral.

A inauguração do poço na Vila Passos, perfurado na Praça Catulo, foi dada em 23 de julho de 2015. À época, o Governo do Maranhão declarou que a vazão seria de 70 mil litros por hora, com o intuito de pôr fim ao desabastecimento histórico que vive o bairro, ponto este que, passado três anos, ainda não foi possível ter visto nenhum efeito positivo. O racionamento ainda existe, a conta de água ficou mais cara mesmo com a economia de algumas residências, e, consideravelmente, passou a pesar mais ainda no bolso e costas do consumidor, somando, claro, o que se gasta com água mineral para matar a sede.

“A água desse poço que foi perfurado, além de barrenta, vem salobra também. Para beber e evitar de comprar e gastar o que eu não tenho, vou buscar aqui próximo, em uma Igreja Evangélica da qual faço parte. O objetivo, quando foi perfurado, era de resolver a situação, mas até hoje não melhorou em nada. Para tomar banho e lavar roupa, parece mais água do mar de tão salgada que é”, frisou o autônomo Leônidas Teixeira, de 59 anos.

Para a dona de casa Maria do Rosário Aranha, de 64 anos, a situação em sua residência não difere da exposta por Teixeira. Em sua casa, para beber, o jeito é ter que comprar os galões de água mineral – que têm freguesia exclusiva no local. “Aqui eu compro água direto. Não presta nem para cozinhar, quanto mais para beber. Não dá nem para sonhar fazer um café com essa água”, ressaltou.

Conta em dia
Em situação regular mesmo, só permanece a conta de água que, inclusive, tem sido tão salgada quanto a água, conforme afirmou a também dona de casa e moradora do bairro Augusta Amorim, de 53 anos. “Impossível fazer um suco, que seja, com essa água. Aqui em casa, por mês, eu gasto mais de R$ 50,00 com água mineral. Nós compramos, por semana, três ou quatro galões. Para banhar, infelizmente, é o jeito, porque não tem para onde correr. E, enquanto isso, a conta continua vindo e cara”, contou. “Este mês, a conta veio R$ 117,00. Isso porque eu ainda faço economia”.

Como é um bairro de planaltos, a dificuldade é grande em receber o líquido, mesmo salobra, como relatado. Moradores ainda compram a água de carros-pipas, que tem sido a salvação de algumas residências. Não fosse isso, certamente a situação seria ainda mais grave, contudo, continua sendo uma obrigação do estado garantir o abastecimento à população e a efetividade dos poços artesianos que foram perfurados em áreas que sofriam/sofrem a falta d’água.

Mais problemas
Na Rua Teófilo Dias, também na Vila Passos, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), de acordo com moradores, cavou um buraco no meio da via para solucionar um vazamento no local, que estava intervindo no abastecimento de algumas residências, mas, ao concluir a obra, não taparam a abertura e puseram barro – que está levando poeira para as casas defronte, e cercaram com fita adesiva de atenção para cautela do condutor que trafegar pelo local.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou, em nota, que o acompanhamento da qualidade da água é realizado rotineiramente. A Caema comunicou que, mesmo com a supervisão diária, fará recolhimento de amostra para análise laboratorial. Já sobre a Rua Teófilo Dias, a companhia reitera que existe uma parceria para recapeamento asfáltico junto à Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), e que todas as intervenções realizadas pela Caema serão asfaltadas, de acordo com a programação.

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