Sem consciência

Valas abertas e com lixo contribuem para proliferar doenças

Estruturas, que deveriam auxiliar o saneamento básico da cidade, são berço para o aparecimento de mosquitos transmissores de diversas doenças

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

[e-s001]A falta de conscientização da população e o descaso do poder público contribuem para a situação grave das valas da Macaúba e do Coroado. Com lixo acumulado, as estruturas, que deveriam ser ferramentas de auxílio para o saneamento básico da cidade, se tornam berço para o aparecimento de mosquitos transmissores de doenças, em especial a dengue, zika e a febre chikungunya. Somente no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), foram notificados 540 casos de dengue na capital maranhense, devido ao mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, que costuma ser atraído por água acumulada existente nas valas e nos seus arredores.

Na Macaúba, por exemplo, há grande acúmulo de lixo em volta da estrutura. De acordo com testemunhas, são moradores da região do Lira, Belira e adjacências - além de carroceiros, que transportam a sujeira de outros bairros - os responsáveis pela situação. “Foi o pessoal do carro de lixo que capinou em volta, pois senão estaria mais feio”, disse Flávia Duarte, dona de casa e moradora vizinha à Vala da Macaúba.

Ainda segundo quem mora na área, o recolhimento de lixo na região é feito três vezes na semana, exceto nos feriados. Mesmo assim, a vala é rodeada constantemente por grande acúmulo de lixo. Além disso, pelo fato de ter um trecho aberto, o esgoto circula abertamente atraindo – além de mosquitos – ratos e outros animais nocivos.

[e-s001]O Estado flagrou, em determinado trecho da vala, uma vaca em busca de comida. “Além do esgoto, ainda tem as fezes dos animais que passam por aí. É um descaso com a população”, disse Miguel José, morador do Centro e que passa diariamente pela Vala da Macaúba para se deslocar até o trabalho.

Para passar pela vala, os moradores improvisaram uma ponte que, de tão antiga, apresenta sinais de desgaste. “Eu não sei como tem gente que ainda passa por aí”, comentou Francisco Alves, de 17 anos, morador da Areinha.

No Coroado, mais precisamente na Rua da Felicidade, a vala foi aberta há pelo menos quatro décadas, de acordo com os
moradores. No local, o cenário é semelhante ao visto na Macaúba. Além de sujeira, pois os sacos de lixo são jogados dentro do esgoto, há o aparecimento de mosquitos e outros vetores. “Se nem agora na época da eleição eles estão dando jeito, não vai mudar depois disso”, disse Ribamar Silva, morador do Coroado.

A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou, em nota, que realiza periodicamente a limpeza de valas, galerias e bueiros em pontos mais críticos da cidade, inclusive nas valas da Macaúba e do Coroado.

SAIBA MAIS

De acordo com dados da Semus, somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados 95 casos de febre chikungunya e 75 notificações de zika virus. Apesar dos dados elevados, houve uma queda nos registros – em comparação com o mesmo período do ano passado.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.