SAÚDE

HSD promove ações de sensibilização de combate à Sepse

Mais de 400 mil casos da doença são registrados por ano no Brasil; 55% das vítimas vão a óbito; ações do HSD têm por objetivo conscientizar a população sobre o perigo

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

SÃO LUÍS – Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Sepse, celebrado no dia 13 de setembro, o Hospital São Domingos realiza, desde ontem, ações de sensibilização sobre a doença. O público-alvo foi os profissionais da atenção básica de saúde e a população, que desconhece a infecção. As ações permanecem durante o dia de hoje, 14, com palestras acerca da temática, a fim de propagar maior conhecimento à população sobre a gravidade da Sepse – ainda conhecida por Infecção Generalizada.

Além das ações realizadas no Hospital São Domingos, outras atividades estão sendo desenvolvidas pelo HSD em ambientes públicos e privados, como o Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado, no Tirirical, shoppings, e instituições de ensino, como a Universidade Ceuma, toda programação realizada e incentivada pelo Time da Sepse do HSD.

“Temos um time multidisciplinar e bem estruturado, visamos um tratamento de excelência para os nossos pacientes; gerenciamos e planejamos todo um protocolo para atingir o objetivo de deixar o paciente bem, livrando-o da sepse. Estamos, também, engajados em conscientizar a população para que procure o serviço de saúde aos primeiros sinais, apresentando a realidade de um prognóstico ruim, objetivando a importância da população saber a seriedade da doença”, destacou a enfermeira coordenadora da UTI e membro do Time da Sepse do HSD, Danielle Cardoso. “Tempo para a sepse, é vida!”.

Realidade

Estima-se que a cada 3 a 4 segundos morra uma pessoa com sepse no mundo. No Brasil, um recente levantamento estima que ocorram mais de 400 mil casos de sepse por ano e que 55% desses pacientes morrem em consequência da doença. Para que se tenha uma ideia, sepse mata mais do que os casos de câncer de mama, câncer de pulmão e acidente vascular cerebral somados. O médico intensivista do HSD, Carlos Sousa, disse que a maioria dos pacientes deixam de ser salvos por absoluto desconhecimento dos sinais de alerta da doença. “Os principais sinais são de uma infecção que comprometem os órgãos, com sintomas como aumento da pressão e da frequência cardíaca […] que não deve ser desconsiderados e os pacientes devem procurar um hospital. O fato mais associado à morte a partir da sepse é o desconhecimento da vítima sobre a doença, assim como, também, por parte da equipe de saúde que o atende e demora na realização do diagnóstico correto. Isto é, quanto mais cedo reconhecida a sepse, melhor!”.

Você sabe o que é Sepse?

A sepse é o nome dado a uma condição conhecida anteriormente como infecção generalizada. Apesar de seu antigo nome, ela não se trata de uma infecção que se espalha pelo corpo, e sim de uma resposta inflamatória sistêmica que ocorre em decorrência de infecção. Esse processo inflamatório é grave e pode comprometer o funcionamento adequado do organismo do paciente, levando-o à morte.

Normalmente os grupos que mais apresentam chance de ter sepse são bebês prematuros, idosos acima de 65 anos, pacientes com AIDS, câncer e doenças crônicas, além daqueles que estão fazendo uso de medicamentos que agem na defesa do organismo. Pacientes usuários de drogas e álcool, bem como aqueles que sofreram graves acidentes, como queimaduras e traumatismos, também são mais suscetíveis à doença. Apesar de atingir pessoas mais debilitadas, qualquer pessoa pode vir a ter sepse.

É importante ressaltar que qualquer infecção pode tornar-se uma sepse e deve ser tratada rapidamente. Para isso, é necessário inicialmente detectar o agente causador, pois o médico direcionará o tratamento de acordo com o local da infecção e seu agente patogênico. Caso o paciente desenvolva a sepse, deve-se iniciar imediatamente a administração de antibióticos e o controle das atividades vitais do corpo. Em alguns casos, pode ser necessário adotar procedimentos como a diálise, respiração artificial e uso de medicamentos que aumentem a pressão arterial do paciente.

Sintomas

A doença não apresenta sintomas específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce. Entretanto, pessoas com infecções devem ficar atentas aos sintomas, como febre, taquicardia, aumento da frequência respiratória (taquipneia), pressão baixa, falta de ar, sonolência e diminuição da urina. Além dos sintomas descritos, o médico averiguará outros sinais, tais como a quantidade de glóbulos brancos no sangue, que normalmente tendem a estar mais elevados, e o acúmulo de ácido lático no organismo do paciente.

A sepse, em casos mais graves, pode levar ao choque séptico. Esse estágio é o que mais necessita de atenção, pois caso o paciente não receba o tratamento adequado, pode ocorrer a falência múltipla dos órgãos e até mesmo a morte. Apesar de ter mortalidade alta, a sepse, se tratada precocemente e de maneira adequada, pode ser curada.

Prevenção

Para prevenir a sepse, deve-se prevenir infecções de uma maneira geral. A medida preventiva mais indicada é manter sempre suas vacinas em dia. Além disso, hábitos de higiene adequados e estilo de vida saudável ajudam na prevenção de uma grande doença. Outro ponto importante é o uso de antibióticos, que só podem ser usados com recomendação médica e em obediência rigorosa ao tratamento. Desse modo, evita-se o risco de surgimento de bactérias resistentes aos medicamentos.

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