Eleições 2018

Grupo criado na Internet reforça rejeição de mulheres à candidatura de Bolsonaro

O site “Mulheres Unidas contra Bolsonaro registrou mais de 1,2 milhão de seguidoras em menos de dois dias, o que mostra a alta resistência deste setor do eleitorado ao candidato do PSL

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Bolsonaro não consegue atrair mulheres para seu projeto
Bolsonaro não consegue atrair mulheres para seu projeto (Bolsonaro)

BRASÍLIA - Criado no dia 30 de agosto no Facebook, o grupo "Mulheres Unidas contra Bolsonaro", dedicado a se opor ao candidato do PSL à Presidência, "quebrou" a internet. O agrupamento, formado apenas por eleitoras, começou a chamar a atenção na segunda-feira passada, ao agregar mais de 300 mil mulheres em um único dia. Dois dias depois, atingiu 1,2 milhão - o equivalente a 1,5% do eleitorado feminino apto a votar este ano.

As adesões acumuladas em alta velocidade mostram a rejeição que o presidenciável enfrenta entre eleitoras - a maioria das votantes no Brasil. Bolsonaro lidera as pesquisas com 26% das intenções de voto, mas entre o eleitorado feminino sua rejeição é de 50%, segundo pesquisa Ibope divulgada na terça-feira, 11.

As criadoras do grupo afirmam que o objetivo não é apoiar nenhum partido e que todas as posições políticas são bem-vindas, desde que não votem no candidato do PSL, a quem chamam de "inominável" ou "coiso". O grupo aproveita a grande mobilização online para marcar atos públicos contra o candidato na sexta-feira, na Avenida Paulista, em São Paulo, e no dia 29, na Cinelândia, no centro do Rio, entre outros eventos.

"Numa conversa informal, resolvemos criar o grupo para demonstrar a nossa insatisfação em relação à candidatura do inominável por conta de seu discurso misógino, de ódio às minorias", disse a publicitária Ludmila Teixeira, criadora do grupo.

A campanha de Bolsonaro nega o discurso machista e reclama da exploração de imagens do deputado empurrando e insultando a colega deputada Maria do Rosário (PT-RS) e ofendendo uma repórter.
"As mulheres são o grande calcanhar de Aquiles de Bolsonaro", afirmou o diretor de Análises de Políticas Públicas da FGV, Marco Aurélio Ruediger.

"É uma reação importante acontecendo diante das posturas desse candidato", disse a professora de Direito da FGV/SP Luciana Ramos, especialista em participação feminina na política.

Mais

Também foram criados grupos de mulheres de apoio a Bolsonaro, mas eles não chegam a ter 100 mil integrantes. Uma manifestação chamada "Mulheres com Bolsonaro" foi marcada para o dia 29, na Candelária, no centro do Rio, para "contrapor ao evento criado pelo movimento feminista", afirma um texto que circula nas redes.

Ibope aponta “voto convicto” de homens

SÃO PAULO - Após o atentado contra o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, seu eleitorado se tornou mais convicto - o que reduz as chances de o deputado ficar de fora do segundo turno - e se concentrou ainda mais no segmento masculino Os dados são de pesquisa de intenção de voto do Ibope divulgada na terça-feira, 11.

A parcela de apoiadores de Bolsonaro que afirmam que sua escolha é "definitiva e não mudará de jeito nenhum" deu um salto de 13 pontos porcentuais entre a pesquisa Ibope divulgada em 5 de setembro e a de terça. Na semana anterior, a ala convicta era 41% do eleitorado do candidato. Agora, essa taxa subiu para 54%

Como observou a diretora executiva do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, o presidenciável do PSL "é o único dos candidatos que tem a maioria absoluta dos seus eleitores afirmando que esta é uma decisão definitiva". Além dos 54%, outros 19% dos bolsonaristas afirmam que a decisão de voto é "firme, mas poderá mudar no decorrer da campanha". O restante diz que "é uma escolha do atual momento, que, durante a campanha, poderá mudar" (13%) ou que "é apenas uma preferência inicial" (14%).

Outro sinal da cristalização do voto no candidato do PSL foi seu avanço na pesquisa espontânea, na qual os eleitores manifestam sua preferência antes de ler a lista com os nomes dos candidatos, Nessa modalidade, ele subiu seis pontos porcentuais, de 17% para 23%.

Na pesquisa estimulada, o crescimento foi de quatro pontos porcentuais, de 22% para 26% das intenções de voto. Disputam o segundo lugar, embolados, Ciro Gomes (PDT, 11%), Marina Silva (Rede, 9%), Geraldo Alckmin (PSDB, 9%) e Fernando Haddad (PT, 8%).

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