Alto índice

Maranhão registra 25 focos de queimadas por dia este ano

Dado é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que aponta o estado como o quinto no país no número de áreas com registros de fogo

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

O Maranhão registrou este ano, de 1º de janeiro até ontem (11), uma média de aproximadamente 25 focos de queimadas por dia. No total, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou 6.402 áreas com registros de fogo, especialmente no interior em determinadas partes do território com menores índices pluviométricos.
As altas temperaturas a partir do segundo semestre deste ano e a ação desenfreada do homem, que ateia fogo espontaneamente em determinadas áreas, são os fatores responsáveis pela alta média.

Considerando apenas os últimos cinco meses, o estado registrou apenas cinco focos por dia. Procurado, o Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA) não informou o quantitativo de ocorrências de incêndio na Grande Ilha este ano. Com o total de áreas com registros de fogo, o estado é atualmente o quinto do país no levantamento, ainda segundo o Inpe. O Maranhão é superado apenas por Mato Grosso (13.021), Amazonas (7.598), Pará (7.531) e Rondônia (7.228).

Em comparação ao mesmo período de 2017, ou seja, de janeiro até os 11 primeiros dias de setembro, o Maranhão apresentou queda de 27% no número de ocorrências. O mês de agosto, aliás, foi um dos mais problemáticos para o estado, em 2018. Ao todo, foram 2.833 ocorrências, o que dá uma média de 94 focos de incêndio por dia (superior três vezes à média de queimadas por dia em todo o ano).

No dia 10 deste mês, segundo o Inpe, foram 127 focos de incêndio registrados no estado. O índice foi mais de 1.000% superior ao registrado no dia anterior (9), quando houve apenas 11 registros de incêndio em áreas de particulares e/ou consideradas de proteção ambiental. Em São Luís, com o aumen­to das temperaturas, as ocorrências de incêndio em locais deste tipo se tornam mais comuns. Foi o que O Estado registrou ontem, no bairro Recanto dos Vinhais.

No bairro, de acordo com os moradores, as queimadas são consideradas comuns, pela ampla existência de grandes áreas consideradas verdes. Na localidade, a queimada foi registrada na Rua Mercúrio, onde já havia sido registrado um outro incêndio há seis meses. De acordo com a auxiliar de Serviços Gerais, Aurélia Pinheiro, que reside há poucos metros do terreno com registro de incêndio, o fogo foi causado por terceiros. “Normalmente, é alguém que toca fogo aí e depois se espalha”, disse.

Alguns vizinhos ficaram preocupados com a proximidade das chamas. Até o fechamento desta edição, o Corpo de Bombeiros ainda não havia se deslocado até o bairro. De acordo com o Ciops do serviço, havia uma outra ocorrência semelhante para ser atendida no mesmo horário no bairro do Maiobão.

Temperaturas altas e ação do homem causam alto índice de queimadas

A elevação da média, nos últimos meses, na temperatura em várias partes do estado - em especial na capital maranhense - e a ação discriminatória do homem em algumas ocorrências são apontados como fatores para o alto índice de queimadas no Maranhão este ano. Com o aumento nas temperaturas e, em consequência, a queda nas taxas de umidade relativa do ar, a tendência é que haja novas ocorrências de incêndios com maior proporção, dependendo da área.

Segundo o Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), atualmente o estado - e também a Grande Ilha - está na fase de consolidação da estação seca, que se caracteriza por baixos índices pluviométricos e diminuição no percentual de umidade. De acordo com os estudiosos, a previsão é que essas características se mantenham até o próximo mês de dezembro, quando deverá haver nova transição para a estação chuvosa.

Especialistas apontam que, além do incêndio criminoso, os focos de queimadas também caracterizam manejo de pastagem em períodos de intensa atividade pecuária em determinadas regiões do estado. No entanto, dependendo da área atacada pela ação indiscriminada, espécies importantes vegetais podem ser perdidas.

Números de queimadas em 2018

Mato Grosso (13.021)
Amazonas (7.598)
Pará (7.531)
Rondônia (7.228)
Maranhão (6.402)

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

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