TV Mirante

Flávio Dino fez promessa sobre IDH, mas nega em entrevista ao vivo

Comunista falou em seu discurso de posse, que tiraria os municípios maranhenses do rol das cidades com piores IDHs, no entanto, quatro anos depois, nega que tenha prometido

Carla Lima/Subeditora de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Flávio Dino deu entrevista à TV Mirante
Flávio Dino deu entrevista à TV Mirante (Flávio Dino)

O segundo entrevista na TV Mirante, no JMTV 1ª edição, foi o candidato a reeleição, Flávio Dino (PCdoB) da coligação “Todos pelo Maranhão”. O comunista negou que tenha prometido em seu discurso de posse que tiraria os municípios no estado do ranking dos 100 piores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e não conseguiu explicar a situação dos pacientes que precisam de hemodiálise.

A entrevista, comanda pelos jornalistas Sidney Pereira e Ana Guimarães, teve início com dados sobre o IDH do Maranhão, que é o pior no ranking nacional. Foi exposto ao governador que em seu discurso de posse, ele disse que ao final de seu mandato o Maranhão não teria mais municípios entre os 100 piores IDH só Brasil.

Diante disto, foi questionado ao candidato os motivos que levaram ao não cumprimento da promessa e porque a pobreza aumentou no Maranhão. Flávio Dino negou que tenha feito a promessa no discurso de posse. “Eu não prometi esse absurdo, que seria obviamente algo inviável, algo inalcançável”, disse Dino.

No entanto, em 1º de janeiro de 2015, na sacada do Palácio dos Leões, no dia de sua posse, Dino disse que estava instituindo um programa, o Mais IDH, para tirar as 30 cidades do Maranhão do ranking dos piores IDHs do Brasil deixando assim de fazer parte do rol dos 100 municípios com pior índice.

“Reafirmando nosso compromisso com nosso IDH justo, estamos instituindo um plano Mais IDH e, por intermédio deste plano, nós vamos adotar ações nas 30 cidades do Maranhão que tem os piores IDHs do Maranhão, do Brasil. Porque o que nós queremos é que ao fim do governo não tenha nenhuma cidade maranhense no rol das 100 piores do Brasil”, disse o governador.

Ainda sobre a pobreza, segundo dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), passaram para a extrema pobreza mais de 300 mil maranhenses nos últimos três anos.

Sobre estes dados, o governador justificou o problema da crise nacional, que, segundo ele, foi o responsável pelo empobrecimento da população em todo o país.

Culpados

E foi também em cima do governo federal que o candidato a reeleição colocou culpa pelos problemas na economia. Segundo Dino, é de responsabilidade da União. “Temos dado, de parte que cabe ao estado nós temos feito, mas a política econômica é feita pelo Governo Federal”, disse o comunista.

Pela Constituição do Maranhão, na parte Econômica que envolve produção, consumo, por exemplo, o estado pode sim legislar a respeito. “Concorrentemente com a União, legislar sobre: a) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; b) orçamento; c) juntas comerciais; d) custas dos serviços forenses; e) produção e consumo”, diz o artigo 12º da Constituição do Maranhão.

Flávio Dino também culpou terceiro por problemas na área de Saúde. Ao ser questionado por problemas de atendimentos de pacientes que precisam de hemodiálise, o comunista disse ser culpa de sua adversária, Roseana Sarney (MDB).

“No caso da hemodiálise, nós estamos ampliando. Por exemplo em Chapadinha já começou a funcionar, em Pinheiro vai começar a funcionar. Existem problemas? Claro que existem e eu não escondo problemas. O que eu discordo é que vocês e outros tantos só tenham enxergado problemas agora”, declarou.

Dino mantém discurso de maior salário de professores

Na entrevista a TV Mirante, o candidato a reeleição do PCdoB, voltou a garantir que o Maranhão é o estado que paga o melhor salário de professor do país. No entanto, o comunista não mostrou números a respeito deste dado.

Segundo ele, os professores que recebem pouco mais de R$ 5 mil são os de 40 horas semanais de trabalho. Pelo que declararam na Sabatina O Estado, Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU), que são professores e candidatos ao governo do Maranhão, recebem este valor somente 20% dos docentes do Estado. Outros 40% são professores contratos com salários mensais menores que R$ 2 mil. “Eu sou professor da rede pública e meu salário é R$ 2,8 mil”, disse Zapata.

Outro dado da educação que foi distorcido pelo comunista diz respeito ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo ele, o Maranhão aumentou a nota do índice, mas não explicou por qual motivo a meta não foi alcançada. Na verdade, o gestor preferiu justificar afirmando que nenhum dos estados da federal conseguiu alcança a meta.

Na verdade, seguindo somente a referência que Flávio Dino deu sobre o Ideb (ensino médio), cumpriram a meta Goiás e Pernambuco.

No entanto, se levar em consideração o ensino fundamental do 6º ao 9º, cumpriram a meta estabelecida para 2017, oito estados. Entre eles, Pernambuco, Ceará e Alagoas. Já considerando as séries da 4º e 5º, somente o Maranhão e mais cinco estados não alcançaram a meta estabelecida para 2017.

Mais

A entrevista de hoje no JMTV da TV Mirante será a candidata da coligação Renovação de Verdade, Maura Jorge (PSL). Amanhã será a vez de Roseana Sarney (MDB), candidata da coligação “Maranhão quer mais” e na sexta-feira, Ramon Zapata do PSTU. Por não ter pontuado na pesquisa Ibope, o candidato do PSOL, Odívio Neto, não participará da série de entrevista, no entanto, terá reportagem exibida no JMTV 1ª edição no próximo sábado.

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