Vitalidade

Treinamento funcional muda a vida de quem tem mais de 70 anos

Imagem do idoso sem equilíbrio e vigor físico e com dificuldade de andar está sendo substituída pela presença de pessoas dispostas, com saúde e qualidade de vida; o motor da transformação são as atividades físicas realizadas de forma regular

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Treino Funcional 70+  traz resultados satisfatórios
Treino Funcional 70+ traz resultados satisfatórios (idosos)

Uma turma de treinamento funcional formada por pessoas com mais de 70 anos (e algumas com 50) reúne-se duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, para praticar vários exercícios em São Luís, entre os quais levantamento de peso. Com isso, estão ganhando massa muscular e mais saúde. A turma reúne-se na Academia Viva Água, no Renascença II.
Crisantheme de Castro Santos, 70 anos, advogada, diz que o treinamento funcional transformou, para melhor, a vida dela e de sua irmã, Maria do Carmo, de 78 anos. “Nos faz muito bem. Nos tirou do fundo do poço. Agora, temos mais vitalidade, andamos bem melhor e temos mais segurança para fazer atividades diárias”.

As duas e os demais integrantes da turma, chamada de Treinamento Funcional 70+, fazem exercícios que estão proporcionando a eles mais equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora. São treinamentos intercalados e de coordenação com deslocamentos variados para aprimorar a lateralidade e o equilíbrio.

Sem limites
Quem ainda tem em mente a imagem do idoso como uma pessoa com limites de locomoção vai se surpreender se tiver a oportunidade de acompanhar uma aula do Treinamento Funcional 70+.

“No 70+, eles fazem treinamento de força e de condicionamento e, também, de musculação como complemento”, informa o professor Eduardo Roberto, que coordena a turma. Ele é especializado em treinamento de força, levantamento de peso olímpico e montagem de programas para grupos de idosos, crianças, gestantes, entre outros.

Os participantes do 70+ estão conquistando mais independência na locomoção, autoconfiança e a qualidade de vida. “Os exercícios, com acompanhamento de profissionais especializados, estimulam atividades específicas para cada pessoa, de acordo com sua capacidade e história de vida”, explica Eduardo Roberto. Para ele, o tempo em que as pessoas com mais de 70 tinham dificuldades de locomoção chegou ao fim. “Aos 70, com mobilidade e saúde, as pessoas podem redimensionar suas vidas”.

Eduardo Roberto destaca que a prática regular de treinamento funcional proporciona aos idosos benefícios morfológicos, fisiológicos, metabólicos, neuromusculares e comportamentais. “Eles ganham mais capacidade funcional e cognitiva”.
O treinamento funcional tem exercícios de equilíbrio e ajudam a prevenir quedas que podem ter consequências graves à saúde e qualidade de vida de uma pessoa. Assim, treinar o equilíbrio, a agilidade e a potência de idosos pode prevenir episódios de queda e, com isso, melhorar a qualidade de vida deles

Os idosos aprimoram a coordenação motora, a flexibilidade, a força e a capacidade cardiorrespiratória. Eduardo Roberto chama a atenção para os benefícios à propriocepção, que é a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais.

Área central do corpo
Entre os vários exercícios realizados no Treinamento Funcional 70+, o professor recomenda atenção especial aos que são direcionados para o fortalecimento do core, que é o centro do corpo (área do abdômen, flexores de quadris, lombar e extensores de quadris), pois proporcionam mais flexão e capacidade de locomoção.

O fortalecimento do core aumenta a eficiência neuromuscular necessárias para as a realização de tarefas da vida diária. “A força do corpo começa no centro e segue às extremidades e, com o core revigorado, é possível ter mais equilíbrio, pois fica mais garantida a capacidade de manter o centro de gravidade do tronco, diminuindo, por exemplo, a possibilidade de quedas”. Ao mesmo tempo, são estimulados exercícios de estabilização para as outras partes do corpo, como os membros superiores e inferiores.

Respeito aos limites
Eduardo Roberto chama a atenção para os cuidados que todas as pessoas, incluindo os idosos, devem ter ao praticarem atividades físicas. “Em se tratando de idosos, devemos pensar, em primeiro lugar, na segurança dos exercícios que serão realizados pelo idoso.

Crisantheme Santos gosta do cuidado que os instrutores têm com o desempenho individual de cada participante. “Eles não deixam o aluno exausto e acompanham tudo de perto. A gente faz os exercícios dentro de nossos limites e, a cada aula, a gente melhora nosso desempenho”.

“Todas as pessoas são capazes de realizar as mesmas séries de movimentos. O que diferencia é a intensidade e o volume a ser aplicado para cada um”, explica Eduardo Roberto da Silva. Ele diz que a intenção é fazer com que os idosos treinem de forma mais parecida com as atividades da vida diária por eles realizadas. Quanto mais próximos forem de suas atividades cotidianas, maior será a transferência no desempenho.

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