Lançamento

Sustos em segundo plano

“A Freira”, anunciado com grande alarde, tem problemas no roteiro e diverte bem mais que assusta o público

Bruna Castelo Branco/ Editora do Alternativo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Taissa Farmiga em cena de "A Freira"
Taissa Farmiga em cena de "A Freira" (A freira)

SÃO LUÍS- Anunciado como o capítulo mais tenebroso da franquia “Invocação do Mal”, “A Freira” estreou nos cinemas na semana passada com grande alarde, mas não cumpre o que promete. Não que o filme seja ruim, pelo contrário, ele é até simpático, mas quem esperava ficar aterrorizado com a assustadora freira demoníaca que tinha aparecido pela primeira vez no “Invocação do mal 2” (2016), se decepciona com as apostas do roteiro de Gary Dauberman e a direção de Corin Hardy.

Ambientado nos anos 1950, o filme se passa em um convento na Romênia, quando o jovem entregador de frutas Frenchie (Jonas Bloquet) encontra um corpo de uma freira que cometeu suicídio. O caso chama atenção do Vaticano que envia para uma investigação espiritual o atormentado padre exorcista Burke (Demián Bichir) e a noviça Irene (Taissa Farmiga, irmã de Vera Farmiga, estrela dos filmes “Invocação do Mal”).

Logo na chegada, eles se deparam com diversas evidências de que o convento é o palco para as manifestações do demônio Valak, entidade poderosíssima que quase desestabilizou Lorraine (Vera Farmiga) em “Invocação do Mal 2”, porém, em “A Freira”, parece que ele só quer tomar posse do convento e morar sozinho por lá. Com a chegada do padre e da noviça, ele se ocupa demais com sustos triviais.

E Valak atua sem sutileza nenhuma na sua sucessão de jumpscares (sustos fáceis). Parecendo uma criança querendo chamar atenção, ele apaga velas, liga rádio, abre portas, aparece refletido no espelho, tudo acompanhando com a trilha que avisa que lá vem o susto e, com o tempo isso vai ficando meio constrangedor.

Algumas cenas, porém, trazem um clímax interessante, como a porta proibida e a reunião das freiras para uma oração contra as forças malignas, e não se pode deixar de mencionar a atuação de Taissa Farmiga, que está irretocável no papel da noviça.

O filme tem alguns alívios cômicos, especialmente com a presença de Frenchie, que, mesmo diante de tantos problemas com o demônio vestido de freira, tem tempo de cobiçar a proibida irmã Irene em um convento amaldiçoado. No mais é um filme para todos os públicos, mesmo quem tem medo de obras do gênero, vai conseguir assistir e dormir sozinho em casa, sem medo de esbarrar com a freira maldita no meio da noite. l

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