Ideb

Maranhão está na lista dos que pioraram o índice da Educação, afirma Estadão

Jornal paulista faz levantamento com base no Ideb e ouve especialistas que defendem a proibição de reeleição a governadores que fracassem no setor, caso de Flávio Dino

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

O Maranhão é um dos sete estados onde os atuais governadores que concorrem à reeleição pioraram os índices de Educação. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, que tabulou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), entre os anos de 2015 e 2017. De acordo com reportagem sobre o assunto, divulgada na edição de domingo do Estadão, especialistas já defendem leis que proíbam reeleição de governadores que não atinjam as metas educacionais, caso do maranhense Flávio Dino (PCdoB).

De acordo com o jornal, os sete estados que pioraram a Educação entre 2015 e 2017 são: Minas Gerais, Bahia, Roraima, Amapá, Amazonas, Distrito Federal e Maranhão.

Divulgado semana passada, o Ideb é o principal indicador de qualidade do ensino brasileiro e junta notas de Português e Matemática com índice de alunos aprovados de cada Estado.

De acordo com o levantamento do Estadão, Amapá e Maranhão, além de piorarem no Ideb, não atingiram as metas em nenhuma das etapas. No primeiro, Waldez Góes (PDT) aparece em segundo lugar nas pesquisas. Já o maranhense Flávio Dino tem 43% das intenções de voto, segundo o Ibope.

Ao Estadão, Flávio Dino responsabilizou diretamente as prefeituras pela piora no Ideb. Disse que é na rede municipal onde está a maioria dos alunos de 1º a 5º ano, exatamente onde piorou a qualidade entre 2015 e 2017.

O Ideb, no entanto, desmente o comunista. De acordo com o índice, quando analisada apenas a Educação estadual do 1º ao 5º ano – sem inclusão das redes municipal e privada - houve queda em relação à pesquisa anterior: em 2015, o Ideb na rede estadual foi de 4.3; em 2017, ficou em 4.1.

Professores

Na resposta ao Estadão, o comunista maranhense insistiu em afirmar que o Maranhão paga o maior salário do professor no Brasil, R$ 5.740,00. Mas, de acordo com os candidatos a governador Ramon Zapata (PSTU) e Odívio Netto (PSOL) – que são professores da rede estadual e sindicalistas da área de Educação – Esse salário é pago a apenas 20% dos professores, que têm dedicação de 40 horas semanais.

Durante a Sabatina O Estado, no dia 21 de agosto, Odívio Netto foi ainda mais revelador na crítica à Educação do governo Flávio Dino e revelou que 40% dos professores da rede estadual têm contratos precários com o estado, ou seja, não são concursados. Estes, revelou o candidato do PSOL, recebem até menos que o piso nacional, que é de R$ 2.400,00.

A meta geral do Ideb do Maranhão para 2017 era de 3.7. Mas o índice divulgado semana passada apontou que o estado ficou em 3.4. Mesmo assim, os comunistas comemoraram, com base no argumento de que esta é a maior nota histórica do estado.

Especialistas defendem proibição

de reeleição a fracassados no ensino

Advogados e educadores pregam criação de uma lei de responsabilidade específica para o setor da Educação

Cadeiras vazias representam o fracasso da Educação de Flávio Dino
Cadeiras vazias representam o fracasso da Educação de Flávio Dino

Especialistas na área de Educação e do Direito já pregam a necessidade da implantação de uma Lei de Responsabilidade Fiscal específica para o setor educacional, que estabeleça sanções a políticos e gestores que fracassem na gestão do ensino. Um projeto de lei sobre o assunto está parado no Congresso.

“É muito injusto com crianças e jovens que políticos sejam reeleitos entregando a educação pior do que receberam”, diz ao Estadão a presidente executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz. Ela defende que haja proibição de reeleição quando um Estado piora no Ideb.

“A política social deveria estar no mesmo patamar da econômica. Da mesma forma que temos responsabilidade fiscal no País, precisamos ter responsabilidade educacional”, defendeu

A avaliação é a mesma da advogada e presidente do Instituto Articule, Alessandra Gotti. Para ela, é fundamental que haja cobrança de resultados.

“Falta no Brasil uma cultura de cobrar resultados dos gestores do setor público, como existe no privado”, diz ela, lembrando que o Brasil assinou tratados internacionais em que se compromete com a progressão nas áreas sociais.

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