ABANDONO

São Luís tem uma média de 15 mil animais em situação de abandono

Existem diversos pontos onde animais abandonados se acumulam, espalhados por toda a São Luís e região metropolitana; na Avenida dos Africanos, há um dos mais conhecidos, onde dezenas de felinos se acumulam

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Praça dos Gatos, como é conhecido espaço na Avenida dos Africanos, abriga os felinos abandonados
Praça dos Gatos, como é conhecido espaço na Avenida dos Africanos, abriga os felinos abandonados (gatos)

Não é novidade para ninguém a enorme quantidade de animais abandonados nas ruas. Basta sair de casa e andar pela cidade para se deparar com cães e gatos vivendo em situação de abandono em vias, praças e feiras da São Luís. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no último levantamento, realizado em 2014, existiam mais de 30 milhões de animais abandonados no país, destes 10 milhões eram felinos.

Não diferente, a perspectiva de abandono de animais em São Luís assusta e chama atenção de ONGs, protetores e simpatizantes da causa animal, que se esforçam diariamente para modificar esta realidade.

De acordo com Karina Borjas, protetora e fundadora do grupo Dindas Formiguinhas, existem diversos pontos, onde animais abandonados se acumulam, espalhados por toda a São Luís e região metropolitana. A protetora relatou ainda que há uma estimativa de que atualmente o número de animais em situação de abandono varia de 14 mil a 17 mil. “Hoje nós somos obrigados a escolher entre 4, 5 casos, um para resgatar”, lamentou.

Cães e gatos não esterilizados podem se reproduzir facilmente, principalmente os felinos, pois, ao contrário das cadelas, que entram no cio duas vezes ao ano, de maneira regulada, as gatas dependem de características e fatores do ambiente em que vivem: a presença de machos desperta o cio.


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“Uma fêmea felina pode ter várias ninhadas por ano, tendo entre um e oito filhotes por vez. Quando esses animais encontram-se em situação de abandono, não há controle, portanto podem se multiplicar rapidamente”, explicou Karina Borjas.

Quem passa por pontos de abandono pode perceber facilmente esta situação. Como é o caso da dona de casa Gonçala dos Reis, de 52 anos, que se entristece sempre que passa pela Avenida dos Africanos, onde existem muitos animais abandonados.
“É uma tristeza a pessoa criar um animal, depois não querer mais e abandonar. Eles ficam no meio da rua, transmitindo e pegando doenças, sem falar na chuva, no sol. O cer­to é a gente pegar um animal e cuidar até o final”, desabafou.
Atos de abandono de animais de­vem ser denunciados junto à Delegacia do Meio Ambiente, responsável por averiguar e encaminhar os casos confirmados à Justiça.

“O procedimento é simples, as denúncias podem ser feitas de forma anônima ou com registro de Boletim de Ocorrência. Após isso, emitimos uma Ordem de Missão Policial para que o caso seja averiguado e identificamos as possíveis testemunhas e elencamos provas, como imagens de câmeras de segurança, por exemplo. Com a conclusão da investigação e identificação do autor do crime, encaminhamos para a Justiça”, explicou Caroliny Santana, titular da Delegacia do Meio Ambiente.

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