Artigo

São Luís: passado e presente

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

A história do Maranhão, contada pelos economistas, oscila entre os ciclos de sua reconhecida produção nos séculos passados e a sua abertura para o novo progresso, a partir do século XIX. Para os amantes da literatura e da poesia, o Maranhão foi um celeiro de grandes vultos que tiveram participação na literatura e na poesia nacionais, através de notáveis nomes como Aluízio Azevedo, João Lisboa, Gonçalves Dias, Sousândrade, Antônio Lobo, Coelho Neto, Humberto de Campos, Sotero dos Reis, Belarmino de Matos, Josué Montello, Ferreira Gullar e outros, contando atualmente com José Sarney, expressivos nomes da maranhencidade.

A formação de seus líderes, à época, vinha de Coimbra, centro da cultura lusitana, o que fez do Maranhão o último estado brasileiro a aderir à independência nacional. Os intelectuais maranhenses da época viviam o impetuoso fulgor da erudição portuguesa e acompanhavam a evolução da nação brasileira como a cultura portuguesa impunha, constituindo-se numa das mais notáveis molduras nacionais, seja pela repercussão sócio-cultural dos fatos que ocorriam no país, seja ainda pela marcante presença das ideias de Coimbra.

O Maranhão tem como capital a cidade de São Luís, com cerca de hum milhão de habitantes. São Luís foi fundada pelos franceses, em 1612, recebendo o nome de França Equinocial. A colonização francesa aconteceu tardiamente, quando as nações ibéricas já tinham avançado bastante. O ilustre professor Mário Meirelles em seu livro França Equinocial nos conta o momento da fundação. Assim relata: “Por fim, dada por formalmente fundada a Colônia, o Senhor de Razilly deu ao Forte o nome de Saint-Louis, em homenagem ao rei menino, Luis XIII, de França e Navarra, de quem era loco-tenente-generais na terra; e ao ancoradouro, ao pé do Forte, e do Port de Sainte-Marie, em homenagem à Virgem Mãe de Deus, pois que era aquele o dia de sua natividade, e em homenagem à Rainha-Mãe e Viúva, Maria de Médici, patrocinadora da expedição.”

A quatrocentona cidade de São Luís que foi, assim, fundada pelos franceses, invadida pelos holandeses e construída pelos portugueses é, hoje, uma cidade que traz vários epítetos nominais, obedecendo à trajetória de sua história, de suas lendas e dos seus mistérios, como diz seu próprio hino oficial. A que antes fora Atenas Brasileira é hoje a Ilha do Amor, a Cidade dos Azulejos e até a Jamaica Brasileira. São Luís com seu calor natural e humano, sua beleza singular, suas ladeiras, ruas e becos, suas sacadas de azulejos, seus mirantes e portais do século XIX encanta os ludovicenses e conquista os visitantes.

Tem sido grande a contribuição dos novos gestores que têm sabido conduzir as novas gerações. São pessoas que continuam perseguindo seus horizontes para que as mudanças continuem a ser feitas, cunhada em hábitos saudáveis, comportamentos menos difusos, atitudes mais claras e ideias compartilhadas. Muito já caminhamos, mas precisamos andar muito mais, sem o temor dos medrosos e a irresponsabilidade dos afoitos. Precisamos inovar, renovar, fazer nascer e florescer ambientes propícios de inovação e mudança. Todos os maranhenses souberam, com sua inteligência nata e a garra de vencer, avançar para o futuro, fazendo do Maranhão um dos grandes estados nordestinos, sem que São Luís perca a sua grandeza de ser a Cidade dos Azulejos e das pedras de cantaria.

Aldy Mello

Ex-reitor da UFMA e do CEUMA, membro fundador da ALL e membro efetivo do IHGM

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