Voluntariado

Movido pelo prazer de poder ajudar

Ele dedica parte de seu tempo para comandar um projeto voltado para o acolhimento de pacientes em tratamento contra a AIDS e, recentemente, abriu as portas de uma casa de apoio no bairro Jordoa

Evandro Jr. / O Estado do Maranhão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Paulo Ribeiro, que coordena o projeto há 13 anos em São Luís
Paulo Ribeiro, que coordena o projeto há 13 anos em São Luís

SÃO LUÍS - Dedicar meio expediente ao trabalho voluntário é um sacrifício para a maioria das pessoas. Mas quem tem coragem de fazê-lo, movido pelo desejo de ajudar o próximo sem nada receber em troca, sabe que a experiência é gratificante. E é o que faz e como pensa o funcionário público municipal Paulo Ribeiro, coordenador da Casa de Apoio Acolher, inaugurada em 31 de agosto deste ano, no bairro Jordoa, como suporte a pessoas soropositivas, principalmente aquelas residentes no interior do estado e que se deslocam até a capital para tratamento no Hospital Presidente Vargas.
A iniciativa resulta de projeto homônimo em andamento há 13 anos, idealizado por um grupo de nove amigos, que atuam de forma itinerante ajudando pessoas que lutam contra a Aids. A residência acolhe pacientes somente no período diurno, oferecendo apoio psicológico, nutricional, jurídico e social. O grande desafio de Paulo Ribeiro é manter o projeto a partir da ajuda de voluntários e de doações de pessoas de bom coração.

Produção
Uma das maneiras encontradas por ele foi produzir bonecas dentro da própria casa para vender. As unidades são comercializadas também na loja Menina das Artes, no São Luís Shopping, ao preço de R$ 20,00. O brinquedo é bastante simpático e agrada à meninada.
“Trata-se de um trabalho artesanal. As bonecas são produzidas, entre outros elementos, a partir de micro serragem, um material biodegradável. E também usamos plástico, contribuindo para evitar que esse material prejudique o meio ambiente. Em média, produzimos 100 bonecas por semana. Com o dinheiro arrecadado, pagamos o aluguel desta casa (R$ 1.200, 00) e empregamos em outras despesas. Tudo o que existe nesta residência é fruto de doação”, explica ele, que recebe cerca de 30 pacientes mensalmente.

Voluntária trabalha na produção de bonecas, cuja venda ajuda a pagar as contas
Voluntária trabalha na produção de bonecas, cuja venda ajuda a pagar as contas

Lamentações
O coordenador conta que o voluntariado no Maranhão é uma realidade difícil. Isto porque, na prática, as pessoas não transformam as lamentações em ação. Mesmo assim, o esforço é constante para tocar homens e mulheres sobre a importância de estender as mãos. Os acolhidos pelo projeto têm muito mais do que as portas abertas. Lá, eles participam inclusive de terapia em grupo, uma vez por semana, comandada por psicólogos cedidos pelo Hospital São Domingos, um dos parceiros do projeto.
Paulo conta que o Hospital Presidente Vargas atende a mais de 5 mil pessoas por mês. E que as maiores dificuldades encontradas por quem está em tratamento é a aceitação da doença e o preconceito da sociedade, o que ele chama de “vírus implacável” e que se espalha rapidamente.
“Muitos pacientes, inclusive, são rejeitados pela própria família, por falta de informação. E isto é muito triste e penoso. Mas nós acolhemos essas pessoas, apesar de todas as dificuldades que existem. Fazemos a nossa parte e nos sentimos felizes por isso”, garante.

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