Casa Branca

Trump enfrenta grupo de resistência interna

Funcionário de alto escalão chama estilo de liderança do presidente de ''impetuoso, contraditório, mesquinho e ineficaz''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

WASHINGTON - Em um editorial publicado ontem pelo jornal "New York Times", um alto funcionário da Casa Branca assume que um grupo dentro da presidência criou uma "resistência" a Donald Trump. Segundo o autor, que não se identifica, o objetivo é colocar o país em primeiro lugar.

O texto traz duras críticas a Trump, e dá a entender que o grupo, que em nenhum momento tem especificados seu tamanho ou o alcance de sua influência, já evitou que o presidente cedesse a impulsos que poderiam ter prejudicado os EUA.

"A raiz do problema é a amoralidade do presidente. Qualquer um que trabalhe com ele sabe que não está atrelado a nenhum princípio discernível que guie sua decisão"

"É por isso que muitos nomeados por Trump prometeram fazer o que pudermos para preservar nossas instituições democráticas enquanto frustram os impulsos mais mal orientados de Trump até que ele esteja fora do escritório", continua.

O autor, porém, afirma que nem tudo está errado e elogia alguns pontos da administração, além de garantir que o grupo deseja seu sucesso e acredita que muitas de suas políticas "já tornaram a América mais segura e próspera".

"Mas acreditamos que nosso primeiro dever é com esse país, e o presidente continua a agir de maneira prejudicial à saúde de nossa república"

O problema maior, segundo o autor, é o estilo de liderança de Trump, chamado de "impetuoso, contraditório, mesquinho e ineficaz".

Adultos na sala

Ele usa como exemplo da atuação do grupo a política externa, citando que Trump tem uma "preferência" por autocratas e ditadores, como Putin e Kim Jong-Un, e que foi muito difícil convencê-lo a aceitar que era preciso impôr sanções e expulsar diplomatas russos dos EUA no episódio de envenenamento de um ex-espião russo no Reino Unido.

Além disso, destaca, assessores se empenham em manter um bom relacionamento dos Estados Unidos com tradicionais aliados, mesmo quando o presidente critica e provoca líderes desses países.

"Pode ser um conforto frio nesta época caótica, mas os americanos devem saber que há adultos na sala. Nós reconhecemos plenamente o que está acontecendo. E estamos tentando fazer o que é certo, mesmo quando Donald Trump não o faz", diz.

O "New York Times" afirma ter publicado o editorial de forma anônima a pedido do autor, já que a revelação de sua identidade certamente significaria a perda de seu cargo.

Segundo o jornal, publicar o editorial, mesmo sem informar o nome de seu autor, era a única maneira de oferecer uma perspectiva importante aos leitores.

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