SÃO LUÍS - Mais um acidente de trânsito na Avenida dos Africanos, nas proximidades da entrada do Parque Amazonas, deixou uma pessoa morta. É o segundo em menos de três meses, segundo informações da polícia. O último caso ocorreu na manhã desta terça-feira, 4, e a vítima foi o soldado da Polícia Militar, Wennison Jansen Amorim, de 35 anos.

Um veículo Prisma branco, de placas PMD-2472, do estado de São Paulo, conduzido por Luís Henrique Costa Freire, colidiu na traseira da motocicleta Yamaha preta, sem placa, que estava sendo pilotada pelo militar. Os dois veículos vinham no mesmo sentido, Coroado/Bairro de Fátima.

A polícia informou, também, que devido ao choque, o militar e a motocicleta foram jogados na via contrária, enquanto o condutor do automóvel fugiu, sem prestar socorro à vítima, que sofreu fraturas expostas nas pernas e suspeita de fratura no pescoço.

Socorro

Os colegas de farda da vítima, que compareceram ao local, disseram que foi solicitado o pedido de socorro ao Serviço de Atendimento de Urgência (Samu), mas a ambulância demorou a chegar. Um dos militares, diante da situação, tirou a camisa da Polícia Militar para cobrir o corpo da vítima que estava exposta no meio da avenida.

Os militares disseram ainda que uma ambulância do Samu, que passou no local e estava com um paciente, parou para prestar socorro à vítima, mas ela já estava sem vida. O local foi isolado pelos militares até a chegada dos peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) para a perícia no local e logo depois o corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), no Bacanga, para a autópsia.

O Estado entrou em contato com assessoria de comunicação da Prefeitura de São Luís para obter informações sobre a demora na liberação da ambulância do Samu para o atendimento dessa ocorrência, mas até o fechamento desta edição não tinha obtido resposta.

Localizado

Ontem mesmo a Polícia Civil deu início a apuração do acidente e o primeiro a prestar depoimento foi o condutor de um veículo, nome não revelado, que teria presenciado uma discussão no trânsito do motorista do Prisma e o policial militar. A polícia investiga se a batida na traseira da motocicleta tenha sido por imprudência, já que ele sequer parou para prestar socorro ao atropelado. Ainda no período da manhã de ontem, policiais militares, em ronda pela cidade, conseguiram localizar Luís Costa e o Prisma nas proximidades do Residencial Pinheiro.

O carro apresentava danos na parte lateral e na frente. O detido foi apresentado na Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), na avenida Beira-Mar. Há informações de que o condutor do Prisma é marido de uma vereadora da cidade de Vargem Grande.

O delegado Lúcio Rogério, superintendente da SHPP, informou que o caso está sendo investigado pela SHPP em conjunto com a delegada Rosa Nava, da Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT). Luís Costa seria ouvido ainda ontem, assim como novas testemunhas.

Segundo o delegado Lúcio Rogério, o acusado disse, informalmente, que ao passar de uma faixa para outra acabou colidindo na motocicleta do policial militar e negou a ocorrência de discussão no trânsito. “Uma equipe da SHPP e a delegada da DAT, com base na perícia e em declarações de testemunhas, vão decidir se o acusado será enquadrado por homicídio culposo ou doloso”, declarou Lúcio Rogério.

Engarrafamento

O trânsito ficou por longo tempo engarrafado nas duas vias da Avenida dos Africanos por causa do acidente. Guarnições da Polícia Militar e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) foram acionados e controlaram a circulação de veículos no local.

Muitos condutores chegaram a parar seus carros para obterem informações sobre o caso e isso contribuía para aumentar o engarrafamento, que só voltou ao normal após a remoção do corpo do policial militar.

Outra ocorrência

Tem sido recorrente os acidentes nesse trecho da Avenida dos Africanos, com vítimas. No dia 11 de junho deste ano uma colisão envolvendo um veículo L200 Triton preta, de placas OXV-0149, e um Ford Ka branco, de placas PSW-4726, resultou na morte de João Batista Rodrigues Mário, de 78 anos, e deixou ferido, Diogo dos Santos Froz, de 27 anos.

João Batista estava conduzindo o Ford Ka no sentido Coroado ao Bairro de Fátima, e ao tentar fazer um retorno em local proibido acabou colidido na L200, que era dirigida por Diogo dos Santos. Os bombeiros militar chegaram a retirar João Batista das ferragens do seu carro e o colocaram na ambulância do Samu, mas ele não resistiu.

Os socorristas ainda tentaram reanimá-lo por mais de 40 minutos, mas não obtiveram sucesso. João Batista sofreu fraturas pelo corpo e teve ainda uma parada cardíaca. A outra vítima, Diogo Froz, recebeu os primeiros socorros no local do acidente e logo depois foi transferido para um hospital da capital com suspeita de fratura, sem risco de morte.

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