Prevenção

20 milhões de crianças e adolescentes devem se vacinar contra HPV

Ministério da Saúde lançou campanha de vacinação ontem; câncer de colo de útero é o quarto que mais mata mulheres no Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Ministério da Saúde lança nova campanha nacional de vacinação contra HPV
Ministério da Saúde lança nova campanha nacional de vacinação contra HPV (Vacinação contra HPV)

BRASÍLIA - O Ministério da Saúde lançou ontem uma campanha de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV). O objetivo é vacinar 20,5 milhões de crianças e adolescentes no país. A expectativa é vacinar 9,7 milhões de meninas de 9 a 14 anos e 10,8 milhões de meninos de 11 a 14 anos.

A campanha deste ano tem como tema “Não perca a nova temporada de Vacinação contra o HPV” e será veiculada até 28 de setembro por meio de várias peças. As escolas receberão material informativo para que professores, alunos e familiares possam debater sobre as doenças. Os resultados finais deste estudo serão divulgados até o fim do ano.

No Brasil, estima-se que a prevalência do HPV é de 54,3%, sendo que mais de 37% têm HPV de alto risco para câncer, de acordo com pesquisa preliminar feita pelo Ministério da Saúde, universidades e secretarias municipais de saúde das capitais.

A vacina contra o HPV entrou para o calendário de vacinação brasileiro há cinco anos e a taxa de cobertura vacinal do público-alvo nunca passou dos 50%. Desde seu lançamento, 4 milhões de meninas de 9 a 14 anos completaram o esquema de vacinação com as duas doses necessárias, totalizando 41,8% das crianças a serem vacinadas.

Os meninos de 11 a 14 anos foram incluídos na vacinação contra o HPV em 2017. Desde então, segundo o Ministério da Saúde, 2,6 milhões foram vacinados com a primeira dose (35,7% do público-alvo). Em relação à segunda dose, apenas 911 mil meninos receberam a vacina, completando assim o esquema de vacinação contra o HPV.

O vírus HPV (Papilomavírus Humanos) é sexualmente transmissível e infecta pele e mucosas da boca ou das áreas genital e anal provocando verrugas e diferentes tipos de cânceres em homens e mulheres (cólo do útero, anal, pênis, vagina, orofaringe). Segundo o ministério, cerca de 30% dos tumores provocados por vírus no mundo são causados pelo HPV.

Para esta nova etapa da campanha, foram investidos R$ 567 milhões para adquirir 14 milhões de vacinas. Na etapa anterior, mais de 63% das meninas de 9 a 14 anos já foram imunizadas com a primeira dose e 41% das crianças receberam a segunda dose.

Em nota, o Ministério reforça ainda a importância da segunda dose da vacina para a garantia da eficácia. "É importante alertar que cobertura vacinal só está completa com as duas doses, por isso quem tomou a primeira dose deve voltar aos postos após seis meses”, disse em nota a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Carla Domingues.

A ideia da campanha é convocar pais e adolescentes para se vacinarem e tomarem a segunda dose. A vacina contra o HPV faz parte do calendário de rotina do SUS. “A campanha é importante para lembrar as pessoas sobre a necessidade da vacinação, esclarecendo o que é mito e boato, e informações verdadeiras, baseadas em estudos científicos”, disse Domingues.

Prevenção contra o câncer

O câncer de colo de útero pode ser prevenido com a vacina. Ele é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil e o quarto que mais mata, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Em 2018, a estimativa do Inca é que sejam mais de 16 mil novos casos de câncer de colo de útero. São mais de 100 tipos de vírus, dos quais 13 são considerados de alto risco, podendo causar, além dos tumores cervicais, câncer de ânus, vulva, vagina e de pênis. Altamente contagioso, muitas vezes assintomático e sem cura, ele é transmitido principalmente durante a relação sexual sem proteção.

Segundo o ministério, a vacina usada no Brasil previne 70% de cânceres do colo útero, 90% de câncer anal, 63% do câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de orofaringe e 90% das verrugas genitais. A vacina é segura e não aumenta o risco de eventos adversos graves, aborto ou interrupção da gravidez.

Frase

“A campanha é importante para lembrar as pessoas sobre a necessidade da vacinação, esclarecendo o que é mito e boato, e informações verdadeiras, baseadas em estudos científicos”

Carla Domingues

Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações

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