Artigo

Hierarquia e processos de trabalho

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

“ Bendito seja aquele cuja importância não obscureça a sua verdade. ” Rabindranath Tagore (1861 - 1941), poeta bengalês

Quando se fala em organização, pública ou privada, logo se pensa em hierarquia. Respeito à hierarquia é pré-requisito indispensável para que possa haver “Ordem e Progresso”. Respeito e obediência aos superiores é condição indispensável à democracia e ao pleno exercício da cidadania.
Os organogramas tradicionais retratam essa hierarquia e representam qualquer estrutura organizacional verticalizada. Herança ou inspiração militar, quem está no topo comanda quem está na base decorrendo a ideia errônea de que a implementação de qualquer ação deve começar, sempre, com quem está no topo, descendo e subindo a escala hierárquica quantas vezes for necessário até que possa ser implementada. Se assim for, pode-se afirmar que a burocracia, usualmente vista de forma negativa, atrapalha resultados positivos.
As pessoas que fazem a organização, sem que se apercebam disso, dependem uma das outras. Cada pessoa no seu trabalho, na tarefa que desempenha, relaciona-se pelo menos a mais duas outras: aquela que lhe instrumenta a tarefa - sua fornecedora - e a outra que recebe o produto dessa tarefa - sua cliente; por conseguinte, ora se é cliente ou fornecedor, e vice-versa.
Quando se atinge esse nível de compreensão, todos podem ser considerados partícipes de um processo de trabalho, de uma equipe.
Um processo de trabalho é, por definição, um conjunto de tarefas; essas tarefas têm uma rotina que pode ser representada por fluxogramas. Assim, participam de um processo de trabalho tanto aqueles que estão no topo da organização quanto os que estão na base; atingem a interdependência e transformam-se numa verdadeira equipe constituindo a estrutura horizontal, onde ninguém está só e todos dependem de todos.
Para que as pessoas possam atingir esse estágio organizacional, contudo, precisam de conscientização. Ninguém muda sua maneira de pensar apenas com base em determinações escritas; todos devem procurar compreender as vantagens da gerência de processos de trabalho, para poderem mudar sua maneira de agir. Torna-se necessário muito treinamento, que deve ser uma atividade permanente.
Processos de trabalho, que devem incluir os fornecedores, permitem que projetos possam ser gerenciados e eficientemente avaliados; as empresas podem, em decorrência, fixar metas, prazos e responsabilidades. Os problemas que existirem durante o exame dos processos de trabalho podem ser enfrentados e resolvidos conhecendo-se as causas desses problemas e não somente os efeitos; é muito comum inclusive certa confusão entre o que é causa e o que é efeito.
Para que isso seja evitado, há técnicas que identificam as causas principais de cada problema que está determinando efeitos indesejáveis; deve-se eleger parâmetros que possam ser medidos, para verificação das causas e controle dos efeitos.
Creiam todos: gerenciar processos de trabalho é o que há de mais moderno em administração.

Antônio Augusto Ribeiro Brandão

Economista, membro da Academia Caxiense de Letras e da Associação Internacional de Escritores, de Toledo, Ohio, fundador da Academia Ludovicense de Letras

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