Violência

859 assassinatos registrados neste primeiro semestre no Maranhão, diz SSP

SSP finalmente revela os números do primeiro semestre deste ano com 859 pessoas mortas no estado, vítimas de homicídios dolosos, latrocínio e lesão corporal seguido de morte

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Arma de fogo é o instrumento mais usados por criminosos nos crimes praticados no Maranhão
Arma de fogo é o instrumento mais usados por criminosos nos crimes praticados no Maranhão (Armas de fogo)

SÃO LUÍS - A Secretaria de Segurança Pública (SSP) somente agora forneceu os números de homicídio, latrocínios e lesões corporais seguido de morte, referentes ao primeiro semestre deste ano, dois dias depois de o Portal G1 ter divulgado o Mapa da Violência sem incluir o Maranhão que não havia fornecido os dados do mês de junho. Nos primeiros seis meses do ano, 859 pessoas foram mortas no Maranhão, e o mês de junho atingiu 154 ocorrências, superando em 13% o mês de maio.

O Portal G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança acompanha mensalmente as mortes violentas no Brasil. Os dados divulgados no último dia 28 totalizaram 26.126 assassinatos no semestre, mas sem contabilizar as mortes no Maranhão e dos estados do Paraná e Tocantins que não haviam fornecido o balanço do período.

Diante da repercussão negativa, a SSP decidiu revelar os números de junho que superou o mês de maio que registrou 137 mortes a tiros ou por arma branca em todo o estado.

No mês de junho, de acordo com a secretaria, ocorreram 148 casos de homicídio doloso, quatro latrocínios, e duas lesões corporais seguido de morte. Esse foi o segundo mês mais violento, o primeiro continua sendo janeiro, que contabilizou 164 mortes violentas, seguido de fevereiro com 131, março com 152, e abril, com 121 casos.

Grande Ilha

Um levantamento feito por O Estado, tendo como base o site da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e informações do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a Grande Ilha (São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar) registrou, nos primeiros seis meses deste ano, um assassinato a cada 20 horas. Nesse período, 218 pessoas foram mortas a tiros ou por golpe de faca nessa região do Maranhão.

Além desses casos, ocorreram mais sete mortes violentas na Ilha durante os dias 29 e 30 de junho deste ano. De acordo com os dados da SSP, até o dia 27 de junho, ou seja, desconsiderando as ocorrências do feriado de São Pedro, foram registradas 36 mortes violentas. Desse montante, 32 foram homicídios dolosos, um caso de latrocínio e três mortes em confronto com a polícia. Neste sexto mês do ano, ainda consta uma morte a ser esclarecida. Trata-se de uma criança de apenas nove anos.

Até o momento, janeiro é considerado o mês mais violento de 2018. De acordo com a SSP, de 1º de janeiro a 31 do mesmo mês, foram catalogadas 44 mortes violentas. Deste total, 39 foram homicídios dolosos, dois foram latrocínios, uma pessoa foi morta em unidade prisional do estado, outras duas pessoas morreram em confronto com a polícia. E ainda dois corpos deram entrada no período e, de acordo com a pasta estadual, não tiveram as mortes esclarecidas.

Casos mais graves

Um dos casos que mais chamou a atenção este ano foi a morte do delegado da Polícia Federal David Farias de Aragão, de 35 anos, ocorrida no dia 5 de maio. De acordo com a polícia, três homens invadiram uma casa de praia onde a vítima e sua família estavam participando de uma festa famíliar e anunciaram o assalto. Ao reagir, o delegado foi morto a tiros por um dos bandidos.

Outro crime chocante ocorreu também em maio. Uma criança de apenas seis anos foi morta após ser atingido por bala perdida enquanto voltava da igreja com sua mãe, no Bairro de Fátima, em São Luís. Segundo a Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), a morte foi provocada por desavença entre facções rivais.

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