Alerta

Irã diz que acordo nuclear pode ser abandonado

Governo iraniano negocia com países europeus para salvar o acordo, após a retirada dos Estados Unidos, em maio deste ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

TEERÃ - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o país pode abandonar o acordo nuclear firmado com potências mundiais, caso o tratado não atenda aos interesses iranianos. A declaração é feita em um momento em que o país negocia com países europeus para salvar o acordo, após a retirada dos Estados Unidos, em maio.

"O acordo nuclear é um meio, não o objetivo, e se chegarmos a essa conclusão de que ele não atende aos nossos interesses nacionais, podemos abandoná-lo", disse Khamenei nesta quarta-feira, segundo seu site oficial.

O acordo - Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) - foi assinado em 2015 pelo Irã e 6 potênciais ocidentais: EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha. Ele previa que o Irã se comprometeria a limitar suas atividades nucleares em troca do alívio em sanções internacionais.

Khamenei disse que o Irã deve "desistir da esperança" de que a Europa irá salvar o acordo após a saída dos EUA.

Durante reunião com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, e seu gabinete, Khamenei disse que Teerã não negociará com as "indecentes" autoridades norte-americanas de nenhum nível para chegar a um novo acordo sobre seu programa nuclear.

Relações tensas

A relação entre os dois países, pouco amistosa desde a Revolução Islâmica de 1979, deterioraram-se após a chegada de Trump ao poder. Em maio, Trump retirou o seu país do acordo nuclear multilateral de 2015, firmado pelo seu antecessor, Barack Obama.

O presidente americano, que acusou o Irã de ser "o principal Estado patrocinador do terrorismo", afirmou que o país trapaceava o acordo para desenvolver seu programa nuclear e voltou a impor sanções a Teerã.

As novas sanções, que entraram em vigor em agosto, tentam atingir os programas de mísseis balísticos e influência regional do Irã - ameaçando prejudicar ainda mais a já maltratada economia iraniana.

Em julho, após elevar o tom contra o presidente do Irã, Trump surpreendeu ao dizer que estava aberto a negociar um novo acordo com o governo iraniano. "Nós estamos prontos para fazer um verdadeiro acordo, não como aquele feito pela administração anterior [de Barack Obama], que foi um verdadeiro desastre", afirmou. O governo iraniano já negou essa possibilidade.

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