Síndrome Respiratória Aguda provoca 31 óbitos no Maranhão
Dados foram contabilizados pelo Ministério da Saúde até o dia 20 deste mês; já são 184 casos da doença no estado este ano; síndrome é ocasionada pelos vírus da gripe A (H1N1), A (H3N2), A (não subtipado), Influenza B, Influenza C e outros vírus
Aumentou para 31 o número de mortes no Maranhão, em decorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Os dados foram coletados pelo Ministério da Saúde (MS) até o último dia 20 deste mês. No total, foram 184 casos da doença registrados durante este ano. A síndrome é ocasionada pelos vírus da gripe A (H1N1), A (H3N2), A (não subtipado), Influenza B, Influenza C e por outros vírus respiratórios, e requer um diagnóstico e tratamento urgente, de acordo com especialistas.
Do total de óbitos, a síndrome foi ocasionada em quatro dos casos pelo vírus A (H1N1), cinco pelo vírus A (não subtipado), um por outro vírus respiratório, um por outro agente etiológico, 19 casos não foram especificados e outro caso está em investigação.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma complicação, um quadro de agravamento da síndrome gripal (SG), em que, além de apresentar os sintomas gripais como febre, tosse, dor de garganta, dor de cabeça ou no corpo, a pessoa passa a apresentar também dispneia ou desconforto respiratório, piora nas condições clínicas de doença de base e hipotensão em relação à pressão arterial habitual.
Reportagem de O Estado publicada no dia 9 de junho deste ano, mostrou que a doença já havia causado 12 mortes. Já a publicação no dia 23 de junho, o número de óbitos subiu para 22.
Indagado sobre o aumento gradativo do número de mortes na época, causada pela SRGA, o pneumologista Pedro Springer explicou que era em razão das condições climáticas. “O aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave acompanha os períodos de outono e inverno. As pessoas ficam mais vulneráveis aos vírus da gripe. Por isso, temos mais casos surgindo. A melhor forma de prevenção é tomar a vacina da gripe, anualmente. Mas existem outras formas, como a higiene respiratória, ou seja: quando o doente espirrar ou tossir no ambiente, usar lenço ou espirrar no cotovelo e além disso manter a casa arejada”, ressaltou o pneumologista Pedro Springer, da Santa Casa de Misericórdia Hospital do Coração José Murad.
Com os sintomas e principalmente dificuldades respiratórias, o paciente deve procurar um médico o mais rápido possível para ser iniciado o tratamento. É uma síndrome pouco abordada, e as pessoas pensam que é apenas uma gripe, sem tanta gravidade, conforme especialistas.
O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e radiológicas. Tanto a SRAG quanto a SG, podem ser causadas por diversos vírus respiratórios. Os mais comuns são o vírus sincicial respiratório (VSR), influenza B e influenza A, com seus subtipos A Sazonal, A H1N1 e A H3.
Crianças, idosos, professores e gestantes são os públicos mais vulneráveis à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e devem tomar a vacina da gripe, que é a forma mais eficaz de combater a gripe e a sua gravidade, segundo especialistas.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, como medida preventiva, realiza constante capacitação técnica para profissionais de saúde de serviços públicos e privados com ênfase na coleta e diagnóstico do vírus, e garante o abastecimento do medicamento Oseltamivir em todas as 19 Regionais de Saúde para tratamento dos pacientes acometidos pela gripe, além de estimular a notificação e a realização de exames nas unidades no Maranhão, seja pública ou particular.
Por fim, a secretaria ressaltou que distribuiu doses da vacina contra a gripe para as 217 cidades maranhenses, a fim de prevenir os casos mais graves da doença no grupo prioritário, segundo recomendação do Ministério da Saúde.
FIQUE POR DENTRO
Segundo pneumologistas, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRGA) é a gripe de forma grave. Além do paciente ter os mesmos sintomas de um simples resfriado, também sente dores no corpo, febre, indisposição e, principalmente, dificuldades respiratórias. Essa doença é causada principalmente pelos vírus influenza, que afeta os pulmões e os inflama. O diagnóstico da doença é baseado nos sintomas e também por meio de exames de sangue e secreção respiratória. Além disso, é utilizado o oxímetro, um aparelho que mede a oxigenação no sangue, pois doenças respiratórias podem baixar a oxigenação. O tratamento da síndrome é realizado com Tamiflu. Esse medicamento reduz a proliferação dos vírus da gripe, influenza A e B, pela inibição da liberação de vírus de células já infectadas, inibição da entrada do vírus em células ainda não infectadas e inibição da propagação do vírus no organismo. Há redução da duração dos sinais e sintomas da gripe, da gravidade da doença e da incidência de complicações associadas à gripe. O tratamento deve ser iniciado dentro do primeiro ou segundo dia do aparecimento dos sintomas de gripe.
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