Editorial

Dia Nacional do Combate ao Fumo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Houve um tempo em que o cigarro era visto como sinônimo de status e até, pasmem, de qualidade de vida. Época em que os comerciais de cigarro estampavam personagens belos, abastados e de bem com a vida. Mas, esse tempo passou. Ainda bem.

Hoje, o hábito de fumar é combatido em ações diversas. Há programas específicos que visam mostrar os perigos do fumo e conscientizar a população sobre os riscos agregados ao ato. E não é para menos. O cigarro tem substâncias cancerígenas e o fumo está associado ao desenvolvimento de inúmeras doenças.

A luta contra o hábito ganhou até um dia especial. É o Dia Nacional do Combate ao Fumo, lembrado em 29 de agosto (hoje). E não é para menos. O cigarro é composto por mais de 4.700 substâncias tóxicas e muitas delas estão diretamente relacionadas ao surgimento de tumores. A data ganha alertas especiais da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). O Ministério da Saúde e as secretárias estaduais, órgãos do setor desenvolvem atividades específicas visando o esclarecimento da população sobre os perigos relacionados ao ato de fumar.

O tabagismo causa desgaste desde a boca até o intestino delgado. Além do mau hálito, a parte óssea da boca é comprometida, afetando diretamente a sustentação da gengiva. O esmalte dos dentes também é afetado. Ainda, o cigarro é responsável por 95% dos casos de câncer de boca. É bom destacar que o cigarro também tem relação com mais de 31 mil novos casos de câncer de pulmão identificados anualmente (Inca, 2018), bem como os problemas respiratórios, cardíacos e psicológicos.

No caso dos problemas na área de gastroenterologia, no esôfago e estômago, a mucosa é agredida e, assim, o trato gástrico é mais propenso à gastrite e úlcera. Sobretudo, quando associado ao consumo de bebidas alcoólicas, fumar está entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de tumores nesses órgãos. De acordo com a American Cancer Society, pessoas que fumam mais de um maço por dia dobram as chances de adenocarcinoma de esôfago, quando comparado com um não fumante.

Na lista de tumores acarretados pelo cigarro da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) já consta esôfago e estômago e, mais recentemente, foi incluída a neoplasia de intestino. Estudos fortalecem as evidencias de que pessoas que fumam por muito tempo têm risco aumentado para desenvolver câncer colorretal, mesmo que controle os outros fatores associados. E com um agravante: Quanto mais tempo se tem o hábito de fumar, mais difícil se torna a recuperação dos danos causados pelo fumo.

O tabagismo ainda é associado a uma série de outras doenças do aparelho digestivo, apontou o médico gastroenterologista e presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), Flávio Quilici. O uso da nicotina contribui para o surgimento de outras doenças comuns do aparelho digestivo, tais como azia e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), úlceras pépticas e algumas doenças do fígado. Fumar aumenta o risco de doença de Crohn, pólipos do cólon e pancreatite, além de aumentar o risco de cálculos biliares.

Não é à toa esse combate ao fumo. E que esse trabalho continue, para o bem-estar de todos.

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