Números da PNAD

30,7% dos jovens entre 18 e 24 anos sem emprego no MA

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017 foram divulgados pelo IBGE

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
uitos jovens no Maranhão procuram colocação no mercado de trabalho
uitos jovens no Maranhão procuram colocação no mercado de trabalho (Carteira de Trabalho)

BRASÍLIA - Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2017, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 30,7% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estão desempregados no Maranhão. O número é 114% superior ao índice de desemprego total do estado, que é de 14,3%.

De acordo com o site Ranking de Competitividade, o estado ocupa a 21ª posição entre todas as unidades federativas no pilar que trata da educação, em 2017. O Maranhão ocupa a 19ª colocação no quesito Avaliação da Educação.

Em 2016, o estado ocupou a 20ª colocação em relação à taxa de abandono do Ensino Fundamental. Em relação ao Ensino Médio, ficou na 16ª posição. De acordo com o Censo de 2010, 35,5% da população com idade entre 18 e 24 não trabalhava e não estudava. Apenas 18,6% das pessoas nessa idade estudavam.

Na opinião do Gerente Executivo de Estudos e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Márcio Guerra, a qualidade da educação brasileira possui problemas antigos que prejudicam o desenvolvimento do país.

“A qualidade da educação brasileira é um problema de muito tempo. Para se ter uma ideia, a cada dez jovens que terminam o Ensino Médio, apenas um sabe o básico de matemática. Português é um pouco melhor, mas os resultados são muito ruins. Isso compromete muito esse jovem que chega no mercado de trabalho e, além disso, há de se considerar que essa educação que é colocada hoje, que felizmente passa agora por uma possibilidade de reforma, ela ainda é muito pouco conectada com a realidade, ou seja, com as situações e problemas reais do mercado de trabalho. Então isso dificulta muito”, afirma.

Diante disso, surge o questionamento. Com as dificuldades encontradas, o sistema de educação está preparando os jovens para o mercado de trabalho da forma correta? Com isso, persistem os desafios, associados não apenas à necessidade de adequação dos currículos e das estratégias de aprendizado, mas também à falta de estrutura e de recursos para a transformação das redes de ensino.

Itinerários vocacionais

Dados do Centro Europeu de Desenvolvimento da Formação Profissional revelam que, na Áustria e na Finlândia, países com grande tradição nesse aspecto, o percentual de jovens que cursam itinerários vocacionais é de cerca de 70%. Em países como Alemanha, Dinamarca, França e Portugal, essa participação excede os 40%. Segundo a Coordenadora de Educação Profissional, Tecnologia e Inovação do Senai do Maranhão, Scheherazade Bastos, países da Europa investem em cursos técnicos e conseguem resultados positivos. Na opinião dela, esse modelo pode ser melhor aproveitado no Brasil.

“Já tem estudos, pesquisas realizadas pelo Senai que demonstra que países, por exemplo, da Europa, que investem muito no curso técnico. Essas pessoas, elas têm uma entrada no mercado de trabalho bastante significativa. As empresas tratam essa mão de obra, pessoas com essa qualificação, porque ela é bem específica, ela tem uma praticidade bem maior do que um curso, por exemplo, de universidade superior”, defende.

No Brasil, pesquisa realizada pela CNI, em janeiro de 2016, apontava a importância da educação para a consolidação da indústria do futuro no país. Entre as empresas industriais consultadas, 42% consideravam que uma das três principais medidas para acelerar a adoção de tecnologias digitais seria o investimento em novos modelos de educação e em programas de treinamento.

Cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos no ano passado foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano. Dessa forma, a educação profissional é uma das saídas para combater o desemprego, que tem atingido níveis recordes no Brasil, principalmente, entre os jovens.

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