Governo dos EUA

''Se eu sofrer impeachment, o mercado vai desabar'', diz Trump

Em entrevista à Fox News, presidente se defende dos imbróglios judiciais envolvendo ex-colaboradores e ataca o Departamento de Justiça

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Trump diz que não entende como poderia sofrer impeachment se faz 'um bom trabalho'
Trump diz que não entende como poderia sofrer impeachment se faz 'um bom trabalho' (Donald Trump)

WASHINGTON - "Se eu sofrer um impeachment, o mercado vai desabar", afirmou ontem o presidente americano Donald Trump em entrevista à Fox News, abordando o imbróglio judicial que envolve seus ex-colaboradores Michael Cohen e Paul Manafort e a investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições de 2016.

"Não sei como se poderia fazer o impeachment de alguém que fez um bom trabalho", afirmou Trump ao ser perguntado se achava que o oposicionista Partido Democrata abriria um processo para afastá-lo do cargo caso ganhe a maioria do Congresso nas eleições legislativas de novembro.

Trump afirmou que Manafort, seu ex-chefe de campanha condenado por fraude financeira e fiscal, e Cohen, seu ex-advogado que se entregou ao FBI admitindo que violou leis de financiamento de campanha, foram acusados em matérias que nada têm a ver com sua campanha presidencial — mesmo tendo Cohen confessado a um juiz que o presidente ordenou que ele fizesse pagamentos em 2016 para silenciar duas mulheres (a atriz pornô Stormy Daniels e a ex-modelo da Playboy Karen McDougal) que alegavam ter tido casos com ele.

Cohen, vira-casaca

Trump afirmou que as violações das leis de financiamento de campanha admitidas por Cohen não eram crime nenhum. Os promotores e o próprio Cohen discordaram, afirmando o contrário.

Perguntado se realmente ordenara que Cohen fizesse os pagamentos, Trump respondeu que foi o próprio ex-advogado que fez os arranjo para pagar as duas mulheres. E atacou Cohen - antes tão leal, disse - por fazer um acordo com os promotores que pegou mal para ele. "Isso se chama virar a casaca, e praticamente deveria ser um crime".

Na entrevista, Trump expressou simpatia por Manafort, dizendo que respeitava o trabalho que ele tinha feito por políticos republicanos importantes, e afirmando que "algumas das acusações que lançaram contra ele são as as mesmas que qualquer consultor ou lobista em Washington faria".

Críticas a Jeff

O presidente americano também subiu o tom contra o próprio secretário de Justiça, Jeff Sessions, e o Departamento de Justiça dos EUA, bem como contra o FBI, insistindo em que o tratam injustamente no caso da suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. Recentemente, o ex-chefe da CIA John Brennan, que teve seu acesso a informações confidenciais do governo revogado por Trump, o acusou, num artigo no "New York Times",de ter sido cúmplice dos russos.

Trump culpou Sessions pelo que chamou de corrupção no alto escalão da pasta, e foi incisivo: "Botei no cargo um procurador-geral que nunca assumiu o controle do Departamento de Justiça". No entanto, o presidente garantiu que não vai interferir nos assuntos do departamento. "Não vou me envolver, e esta talvez seja a melhor coisa a fazer".

Sessions, que sempre apoiou Trump e é senador há muito tempo, enfureceu o presidente ao se negar a interferir na investigação relacionada à campanha presidencial de 2016, que é conduzida por um procurador especialmente nomeado para isso, Robert Mueller.

"Jeff Sessions se negou a supervisionar a investigação, o que não deveria ter feito", declarou Trump. "Ele aceitou o cargo e depois disse 'não vou interferir'. Que tipo de homem é esse?"

Até agora, o procurador Mueller não acusou Trump de concluio com os russos. Ele já fez duas acusações principais: a de que uma "fábrica de trolls" russa criou perfis falsos para influenciar o debate eleitoral americano nas redes sociais; e a de que agentes da espionagem russa foram responsáveis pela invasão dos computadores da campanha de Hillary Clinton, com a divulgação de e-mails que mostravam como a cúpula democrata atuou contra o rival dela no partido, Bernie Sanders.

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