Condenação

Judiciário condena acusado de matar lavrador em São João Batista

Vítima, líder da comunidade do Charco, foi assassinado em 2010 no povoado Santa Rita; acusado foi condenado a mais de 18 anos de reclusão

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Sessão do Tribunal do Júri em São João Batista que condenou Josuel Sodré
Sessão do Tribunal do Júri em São João Batista que condenou Josuel Sodré (Sessão)

SÃO JOÃO BATISTA - Somente na madrugada de ontem que terminou o julgamento do ex-policial militar Josuel Sodré Sabóia, iniciado na manhã de quarta-feira na sede da Câmara dos Vereadores de São João Batista. O júri foi presidido pelo juiz José Ribamar Dias Júnior. O ex-militar foi condenado a 18 anos, 8 meses e 12 dias pelo assassinato de Flaviano Pinto Neto, um dos líderes da comunidade do Charco, entre São João Batista e São Vicente Ferrer.

O crime ocorreu no dia 20 de outubro de 2010. Além de Josuel Sodré, segundo a polícia, também são suspeitos desse crime, motivado por disputa de terras, Irismar Pereira, o Uroca; Manoel de Jesus Martins Gomes, Manoel Gentil, e Antônio Martins Gomes, o Antônio Gentil. Todos ainda serão julgados.

A acusação foi feita pelo promotor de Justiça Felipe Augusto Rotondo, enquanto a defesa do réu pelo advogado Cícero Carlos de Medeiros. A sessão também contou com a presença dos familiares e representantes da comunidade do Charco.

O conselho de Sentença reconheceu, por maioria dos votos, que a vítima foi atingida por disparo de arma de fogo, sem defesa, e que Josuel Sodré participou diretamente do assassinato. O réu acabou condenado e vai ficar preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Entenda o caso

De acordo com a denúncia do Ministério Publico, o crime se enquadra como homicídio motivado por disputa de terra no interior do estado e tendo como mandantes os fazendeiros Manoel de Jesus Gomes e Antônio Martins Gomes. Irismar Pereira, o Uroca, teria efetuado os tiros, enquanto Josuel Sodré foi que atraiu o líder quilombola para um bar, no povoado Santa Rita I, em São João Batista, onde ocorreu o assassinato.

Uroca chegou a ser preso, mas foi morto dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no dia 17 de dezembro de 2013, sem ter sido ouvido pelo Poder Judiciário. Manoel de Gentil e Antônio de Gentil foram pronunciados para serem julgados em novembro de 2014, mas a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ) e conseguiu inocentar os dois acusados. Os advogados do quilombola recorreram ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, onde os magistrados decidiram manter a decisão do TJ.

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