Editorial

Na mira da violência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Na edição de fim de semana de O Estado, a editoria de Polícia destacou em reportagem especial, a vulnerabilidade da população jovem maranhense. Segundo dados do Atlas da Violência 2018, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os jovens entre 15 a 29 anos estão sendo vítimas da violência urbana. Em 2016, o estado perdeu 1.212 jovens, que foram assassinados. Os dados mostraram uma redução em relação a 2015, cujo dados foram de 1.257 óbitos. No Brasil, foram 33.590 jovens assassinados em 2016, sendo 94,6% das vítimas do sexo masculino. Esse número representa um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior.

Além dos assassinatos de jovens, o Maranhão também é destaque em outros tipos de crimes. Em relação a homicídio de mulheres, embora não esteja entre os estados com as maiores taxas no período de 2006 a 2016, o Maranhão e o Rio Grande do Note apresentaram os maiores aumentos no país.

Na 11ª posição, o estado vem numa estatística de crescimento preocupante. Em 2006, por exemplo, foram registrados 67 casos registrados, uma década depois foram 159 casos, um aumento de 137,3% em uma década. Em comparação a 2015, quando foram registrados 148 assassinatos, os dados apontam crescimento de 7,4%. O Maranhão ocupou a 10ª posição no estudo, com um total de 995 estupros registrados em 2016.

Nos dados gerais do Brasil, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Nos casos de violência sexual contra a mulheres. A base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade não fornece informação específicas sobre feminicídio, não sendo possível identificar a parcela de vítimas desse tipo de crime. No entanto, a mulher assassinada, muitas vezes já foi vítima de outras violências de gênero, por exemplo: violência psicológica, patrimonial, física ou sexual.

Além desses dados impressionantes, o Atlas da Violência 2018 registra ainda crimes contra a população negra, mortes decorrentes de intervenções policiais, vítimas de armas de fogos e outras tipificações de crimes ligadas a violência. O mapeamento é importante para que os órgãos de Segurança Pública dos estados brasileiros elaborem ações estratégicas e eficientes que ajudem a mudar essa situação. Não é mais aceitável que os estados brasileiros continuem nessa escala crescente de violência. No caso dos jovens, é preciso investir na educação, para trazer mais oportunidades de crescimento profissional desses jovens e não mais perdê-los para a criminalidade e, em relação aos crimes contra as mulheres é preciso que se reforce as estratégias de informação e proteção para que as mulheres consigam romper esse ciclo de violência e possam se sentir seguras e protegidas para denunciar os agressores e não serem vítimas dessa criminalidade crescente.

Embora não seja ações simples e sim estratégias complexas que movimentam outros setores, é muito importante que os dados divulgados pelo Atlas da Violência, que compreende a uma década (de 2006 a 2016) não sejam ignorados pelo Poder Público e sejam avaliados com atenção, para que todos possam construir um país mais seguro para todos os segmentos da população brasileira.

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