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Para um Nordeste forte

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Na última reunião do movimento Nordeste Forte, grupo representativo formado por presidentes de Federação de Indústria da nossa região, tentamos avançar na discussão do processo de planejamento do desenvolvimento regional, um grande desafio nas atuais circunstâncias da conjuntura econômica e política que nosso país atravessa.

Muito já se falou, milhares de relatórios já foram elaborados, uma quantidade sem fim de estudos e outros tantos de propostas já foram concebidas para acabar com a forte dependência econômica e financeira que persiste no Nordeste e em particular, nos estados com menor crescimento, como é o caso do Maranhão.

Estudos indicam que a região possui superávit na balança comercial. Entretanto, por falta de investimentos e de produção industrial para abastecer o consumidor nordestino, este saldo se desequilibra quando demandamos bens e serviços de outras regiões como o Sul e o Sudeste, onde se concentra a maior parte do parque fabril nacional, configurando concorrência predatória. Bens que poderiam ser fabricados por aqui, gerando desenvolvimento, somos obrigados a importar de estados ricos.

Nesses grupos de abordagens, questões primárias ainda são colocadas como as mais representativas, destacando-se a deficiente educação, a péssima qualidade do serviço de saúde, a desestruturada infraestrutura, a ineficiência da logística e a falta de saneamento, apenas para nos situarmos nos eixos primordiais que alavancam os indicadores socioeconômicos.

Isso sem tocar no reduzido grau de desenvolvimento científico e de inovação tecnológica, consequência da concentração desproporcional de produção, emprego e renda pessoal nas regiões sul e sudeste, escancarando a baixa densidade das cadeias e arranjos produtivos, o que inibe o melhor aproveitamento de recursos locais e reduz seu poder de competitividade com mercados mais desenvolvidos. Desse modo, amplia-se o grau de dependência econômica.

Para sairmos da mesmice precisamos firmar um novo pacto federativo, focado na redução das disparidades inter-regionais (Nordeste, dentro do Brasil) e inter-regionais (estados, dentro da região nordestina), implantando projetos estruturantes no território regional segundo as necessidades de um maior equilíbrio econômico e social, diversificando e consolidando as cadeias e arranjos produtivos que apresentem vantagens competitivas, de modo a agregar mais valor e intensidade tecnológica, para aumentar a produtividade e a competitividade do nosso estado.

É importante definir agenda de Desenvolvimento Regional com a pactuação de metas, e priorizar as ações que contemplem de modo integrado a educação; o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação; serviços sociais básicos; infraestrutura de transporte e logística. Melhorar o sistema de telecomunicações compatível com a Indústria 4.0, tornando o ambiente de negócio mais confiável e eficiente.

E podem ainda ser alocados nessas propostas os eixos integrados de turismo regional, essenciais para o desenvolvimento de nossas potencialidades no setor e a ampliação do parque siderúrgico regional e sua diversificação industrial e, construir e operacionalizar ações para estimular as micro e pequenas empresas industriais e atrair com implantação de parque tecnológicos e incubação de empresas e jovens empresários.

Como podemos ver existe um leque extraordinário de ações a serem deflagradas. Para conseguirmos êxito nessa missão é fundamental o apoio dos governos estadual, federal e municipais e das classes produtoras da região para que possamos levar adiante essa missão gigantesca para tornar o Maranhão e Nordeste mais forte, com empregos, renda e cheio de esperanças a quem trabalha e produz.

Edilson Baldez das Neves

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão-FIEMA e do Conselho Deliberativo do SEBRAE/MA

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