Arrecadação solidária

Edição do McDia Feliz apoia tratamento de crianças com câncer

Neste ano, a renda arrecadada na campanha também será destinada ao Instituto Ayrton Senna, para ser investida em ações na área da educação

Liliane Cutrim/Imirante.com

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald, e a médica Teresa Cristina Cardoso
Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald, e a médica Teresa Cristina Cardoso (Francisco e teresa)

Há 30 anos, o Instituto Ronald McDonald realiza a Campanha McDia Feliz, que visa arrecadar recursos para combater o câncer infantojuvenil, o qual é a maior causa de morte de crianças e adolescentes no país. Neste ano, a novidade é que o McDia Feliz vai incluir o Instituto Ayrton Senna, uma organização não governamental que atua há mais de 20 anos no desenvolvimento de ações voltadas à ampliação das oportunidades de crianças e jovens por meio da educação.

“O Instituto Ayrton Senna se beneficiará dessa estratégia global do McDonald, para realizar mais ações. Desse modo, os recursos do McDia Feliz vão abranger tanto a área da oncologia pediátrica quanto a educação. A gente vai dividir os recursos arrecadados. Os 30% dos tíquetes do McDia Feliz serão destinados ao Instituto Ayrton Senna e 70% vão para o nosso Instituto. Por isso, a gente espera que no dia 25 de agosto a sociedade em geral se mobilize, contribuindo com essa campanha”, ressalta Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald.

O instituto trabalha em parceria com diversas entidades Brasil afora, atuando diretamente em ações de melhoria do tratamento de câncer infantil no país. No Maranhão, o McDonald trabalha há 19 anos em parceria com a Fundação Antonio Dino, que é mantenedora do Hospital do Câncer Aldenora Bello, referência em tratamento de câncer no estado. Toda a renda arrecadada com o McDia Feliz, no Maranhão, será destinada para a compra de catéteres, que diminuirão o risco de infecções e aumentarão o conforto das crianças em tratamento no Hospital Aldenora Bello.

Francisco Neves afirma que é possível perceber que houve uma grande evolução no cenário do tratamento de câncer infantil no Brasil nos últimos anos, e o Instituto Ronald McDonald faz parte dessas conquistas. “Nós já fizemos muitas ações que contribuíram com a melhoria da oncologia pediátrica no país. Hoje tem muito mais suporte e tecnologia nessa área, e nós ficamos satisfeitos por contribuir com essa evolução, tanto na destinação de recursos quanto na visibilidade que a gente dá sobre a doença e a importância do tratamento precoce. Inclusive, vamos lançar um livro no mês de novembro deste ano, que conta um pouco da atuação do Instituto Ronald McDonald. Além disso, nós estamos fazendo um levantamento para detalhar, de forma mais precisa, qual foi a diferença que a gente já fez na oncologia pediátrica no Brasil”.

Tratamento
Segundo a médica Teresa Cristina Cardoso Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, o tratamento de crianças e adolescentes tem evoluído no Brasil. “A oncologia pediátrica tem início na década de 70, quando os médicos atendiam as crianças com câncer dentro de uma unidade de oncologia de adulto. Muitos desses médicos saíram do Brasil e se especializaram na área infantojuvenil. E, com o passar do tempo, a comunidade médica passou a atuar no tratamento diferenciado de crianças com câncer, compreendendo que ele não pode ser igual ao de adulto, pois o tumor é diferente, a evolução é diferente, as chances de cura são diferentes, ou seja, há várias particulares no tratamento de crianças e adolescentes”, explica a oncologista pediátra.

A médica ressalta, ainda, que ainda há muitas dificuldades a serem vencidas na área da Oncologia Pediátrica, desde a dificuldade do diagnóstico precoce nas unidades básicas de saúde até a importância de analisar o contexto socioeconômico das crianças acometidas pela doença.

“É necessário ter uma grande estrutura hospitalar para realizar o tratamento. Além disso, nós temos que analisar a estrutura social, pois muitas crianças vêm do interior do estado para se tratar na capital, e os pais acabam largando o emprego para acompanhar os filhos. São muitas as dificuldades familiares e socioeconômicas que essas crianças enfrentam. Por isso, é necessário que elas tenham apoio psicossocial, para que não abandonem o tratamento. Nós já avançamos muito, mas precisamos avançar ainda mais. E o McDia feliz é um grande catalisador dessa mobilização que se faz em favor da criança com câncer, fazendo com que a sociedade entenda que existe um problema e que nós estamos propondo uma solução, investindo recursos. E a gente convida as pessoas para se juntarem a nós nessa grande causa, dando continuidade e esse projeto, para que ele não se acabe”.

SAIBA MAIS

O McDia Feliz 2018 acontece no dia 25 de agosto, em todo o Brasil, e todos os recursos arrecadados com a venda do Big Mac, isoladamente, ou na McOferta, serão revertidos para as instituições beneficiadas. Em São Luís, o ticket Big Mac, no valor de R$16,50, pode ser comprado na sede administrativa da Fundação Antonio Dino, em horário comercial. Aos fins de semana, eles podem ser adquiridos nos shoppings da Região Metropolitana.

Hospital Aldenora Bello inaugura nova UTI pediátrica, resultado de parceria com iniciativa privada

A inauguração da nova UTI pediátrica do Hospital Aldenora Bello foi realizado na tarde de ontem. O evento contou com a participação de representantes do Instituto Ronald McDonald e da sociedade, voluntários do Hospital do Câncer, além do secretário de saúde Carlos Lula. Foram entregues cinco leitos especiais para o tratamento oncológico de crianças e adolescentes do estado.

O trabalho bem-sucedido, realizado pela unidade de saúde, entretanto, esteve sob risco: caso não fosse construída uma UTI pediátrica, o local poderia deixar de atender crianças. Com a colaboração do Instituto Ronald McDonald a situação foi contornada e durante a tarde de ontem, 16, a instituição inaugurou no hospital um espaço com cinco leitos infantis de UTI e equipes pediátricas especializadas.

A exigência da UTI vem da Portaria nº 140 do Ministério da Saúde, de 27 de fevereiro de 2014. A medida redefine as condições estruturais, de funcionamento e de recursos humanos para habilitar os estabelecimentos de saúde oncológicos no Sistema Único de Saúde (SUS), de onde vem 85% dos recursos do HCAB. Ou seja, o cenário de não estar habilitado no SUS abalaria o hospital, que só em 2017 atendeu 507 crianças, com um total de 4.056 procedimentos.

A medida, porém, faz total diferença no tratamento, como alerta Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald, que há 19 anos aproxima crianças e adolescentes da cura do câncer.

“Hoje é um momento de celebrar a vida, de mostrar o que fizemos com os recursos adquiridos, de mostrar que isso vai dar um salto na qualidade do atendimento e aumentar a chance de vida das crianças. Tudo isso em função de arrecadações que fazemos aqui na localidade”, explicou.

O momento foi celebrado com muita alegria e satisfação entre os voluntários e a sociedade da Fundação Antônio Dino. Para a presidente da instituição, Dona Enide Moreira Lima, a felicidade é imensurável.

“É um momento de muita emoção, de muita alegria e de muito agradecimento pelo que a gente já recebeu da comunidade que nunca se negou a nos ajudar e apoiar em nossas causas. Apesar da grande dificuldade que atravessamos, sempre encontramos anjos que vêm em socorro de todos nós. Estou altamente emocionada e feliz por essa conquista”, declarou.

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