Atrocidade

Atropelamento de animais repercute nas redes sociais

Fato ocorreu no Residencial Pinheiros, em São Luís, no dia 14; um dos dois cães morreu; famosos manifestaram sua indignação na internet; atropeladora foi identificada e ocorrência ainda está sendo investigada pela polícia

IGOR LINHARES E MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

[e-s001]Nos últimos dois dias, após disseminação de um vídeo, de uma câmera de vigilância, que mostra um casal de cães sendo vítimas de um atropelamento na Avenida 1, no bairro Residencial Pinheiros, em São Luís, milhares de pessoas demonstraram, por meio de compartilhamentos e comentários nas redes sociais, sua revolta diante do que chamaram de brutalidade e crueldade. Famosos como Giovanna Ewbank, Marcelo Adnet, Gabriela Pugliesi, Padre Fábio de Melo e Preta Gil, também manifestaram sentimento de indignação diante do caso. Um dos animais morreu.

A situação se deu no momento em que enfermeira Ana Giselle Ferreira Atan Fraga acelerou seu carro, atingindo os dois cães, supostamente de propósito. O atropelamento vitimou fatalmente a fêmea Duquesa, de sete anos, que ainda foi levada para uma clínica veterinária, mas já chegou sem vida. As cenas foram registradas por câmeras de segurança de uma residência.

As imagens passaram a circular nas redes sociais no começo da noite de quarta-feira (15), causando repercussão e gerando revolta a quem teve acesso ao conteúdo. Instituições de defesa e proteção aos animais, como o grupo Dindas Formiguinhas, também divulgaram as imagens que logo chegaram à protetora de animais Luísa Mell, em São Paulo, que, por meio de uma publicação, também denunciou o caso, obtendo o apoio de celebridades como os atores Giovanna Ewbank e Marcelo Adnet, a cantora Preta Gil, o padre Fábio de Melo e a influenciadora digital Gabriela Pugliesi.

De acordo com a Organização Não Governamental (ONG) Dindas Formiguinhas, os animais foram resgatados por um taxista que passava pelo local e levados a uma clínica veterinária do bairro. “Os donos dos animais não estavam em casa. Eles só ficaram sabendo do ocorrido quando a clínica entrou em contato”, explicou a protetora Karina Borjas.

O Estado manteve contato com a médica veterinária que atendeu o caso, a doutora Dayse de Lima, e, em declaração ao fato ela disse que “o macho sofreu leves escoriações” e que “chegou à clínica andando e saiu andando”. Já a fêmea “chegou à clínica sem vida, por causa de lesão abdominal que pode ter causado a ruptura de algum órgão da região” por onde passou o carro.

Acusada
Por telefone, a família da enfermeira garantiu que, por ter cães em casa, Giselle Atan jamais faria aquilo de que está sendo acusada, é uma pessoa de bem e não teria capacidade para tal ato. Informou, ainda, que ela foi à delegacia, acompanhada de familiares, por estarem sendo ameaçados de morte, por meio de comentários nas redes sociais.

Ouvida pelo Imirante, a dona dos animais, identificada como Leila Cristina, contou que seus cães haviam fugido, depois de uma tentativa de roubo na casa, após o ladrão perceber a presença dos cachorros e deixar o portão aberto, por isso estavam na rua.

“Ambos tinham placas de identificação e são castrados. Recebi uma ligação dizendo que estavam com o Pepe. Perguntei sobre a Dukesa e me disseram que ela estava morta. Quando foi hoje de manhã vi meus amigos mandado mensagem e o vídeo do atropelamento dos meus cachorros. Ela atropelou meus cachorros a sangue frio”, desabafou Leila Cristina.

Manifestação

[e-s001]O Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (Coren-MA), onde a acusada é inscrita, também se manifestou diante da situação, por meio de nota pública, e informou que repudia veemente o ato supostamente praticado pela profissional inscrita nesse Conselho; tomará as providências cabíveis em face à profissional envolvida no presente caso e aguarda os
desdobramentos do caso, acompanhando o trabalho das autoridades competentes para auxiliar no que for cabível.

Em seu perfil em uma rede social, o presidente da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), Vanderley Ramos, expressou o sentimento de toda a empresa de profunda indignação e desaprovação e informou que a empregada já encontra-se suspensa de suas funções.

A Delegacia de Meio Ambiente informou a O Estado que todo o levantamento do caso já foi feito, inclusive a identificação da acusada e que já foi, também, realizada a perícia nos animais para comprovação do atropelamento e que, como há todo conteúdo documentado para ajudar na investigação do caso, o prazo para conclusão será até o final da próxima semana e que, se comprovado a intenção do atropelamento, a acusada será encaminhada a audiência no juizado especial. Giselle Atan esteve na delegacia no fim da tarde de ontem, e negou que o atropelamento tenha sido proposital. Ela foi liberada após depor.

O QUE DIZ A LEI

A Constituição Federal estabelece, de acordo a Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, que é proibido atentar contra a fauna no país.
Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

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