Eleições 2018

PT prepara ofensiva para garantir a presença de Lula na campanha eleitoral

Às vésperas do registro de candidatura, partido pretende ações simultâneas no STF e no STJ para garantir a presença do ex-presidente na propaganda eleitoral e nos debates ao longo da campanha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Fernando Haddad quer garantias de ter Lula na campanha
Fernando Haddad quer garantias de ter Lula na campanha (Fernando Haddad)

BRASÍLIA - O PT joga com o tempo e avalia uma ofensiva jurídica simultânea no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal para tentar afastar a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - preso e condenado na Lava Jato - durante a tramitação do pedido formal de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Às vésperas da oficialização do registro da candidatura do ex-presidente ao Planalto, o objetivo principal é garantir a presença do petista no horário eleitoral gratuito, previsto para começar dia 31 de agosto em rede nacional de rádio e TV.

Segundo apurou o Estado, em vez de apostar as fichas apenas na arena eleitoral, o PT cogita uma estratégia na qual o foco da discussão está na suspensão da inelegibilidade no STJ e no STF. No início do mês, o advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, que integra a defesa de Lula, disse a jornalistas que a inelegibilidade do petista "é provisória". Para a defesa de Lula, a liminar poderia ser obtida até a diplomação, prevista para ocorrer até 19 de dezembro.

Divergências. A ofensiva simultânea no STJ e no STF, no entanto, encontra resistências no partido. Uma ala do PT acredita que não há motivo para antecipar os passos. Dessa forma, mesmo já dando como certo que o TSE negará o registro de Lula, não haveria motivos para "provocar o adversário a se manifestar antes" e, com isso, perder alguns dias de discussão.

Uma outra ala aposta no argumento de que Lula deveria ter o direito de disputar a eleição e tentar suspender a inelegibilidade, como outros candidatos já conseguiram em outros pleitos, o que poderia reduzir as críticas de que o ex-presidente tenta, na verdade, arrastar a conclusão do caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Haddad critica 'pressões' em Rosa Weber
em torno da situação de Lula

Candidato a vice do PT diz que STF não deve julgar com base em telefonemas que recebe

O candidato a vice na chapa do PT à Presidência, Fernando Haddad, disse que o Judiciário não deve estar sujeito a pressões ao decidir se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba (PR), poderá participar das eleições.

Ele foi questionado sobre pressões que a nova presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sofrerá no cargo, e rebateu: "Quem está pressionando? Os adversários do presidente Lula? Rosa Weber tem de julgar de acordo com a lei, não de acordo com os telefonemas que ela for receber", afirmou.

Após representar Lula em evento com presidenciáveis promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), Haddad disse que o PT tem sido "impecável" na estratégia de manter e defender a candidatura de Lula.

Ele afirmou que o Brasil vive uma situação de excepcionalidade e defendeu que Lula participe de debates. Mais cedo, o candidato Ciro Gomes (PDT) criticou a participação de Haddad no lugar do ex-presidente.

"Nossa reivindicação é que o Lula participe e tenho certeza que o Ciro concorda com isso. Se a justiça negar, que as emissoras convidem um representante. Não há nenhuma proibição nisso", afirmou. "O que nós defendemos é que o presidente Lula participe da corrida eleitoral e o povo é que vai julgar", completou, reforçando que Lula gostaria de estar presente no evento.

Reajuste

O candidato disse ainda que a bancada petista está orientada a votar contra "qualquer reajuste da elite do funcionalismo público". Ele criticou o aumento para o Judiciário, mas não respondeu se vetaria a lei caso ela seja aprovada durante sua gestão.

Haddad disse ainda que o recado do ex-presidente Lula é para que o país volte a pensar grande em termos de política externa. "Tínhamos uma política externa que abria mercados na África, Oriente Médio e América Latina. Não teremos inserção soberana do país com esse Itamaraty que ninguém sabe a que veio", afirmou.

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