Mortes

Mais de mil homicídios em 2 anos na Região Metropolitana de São Luís, diz o Anuário

Os dados são do 12º Anuário de Segurança Pública divulgados em São Paulo nesta quinta-feira, com relação ao biênio 2016/2017; a taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes fixou em 43,2, acima da nacional que foi 34,0

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Arma de fogo é o instrumento mais usado na pratica de homicídios na Região Metropolitana de São Luís
Arma de fogo é o instrumento mais usado na pratica de homicídios na Região Metropolitana de São Luís (Arma de fogo)

SÃO LUÍS - No biênio 2016/2017, 1.032 pessoas foram assassinadas a tiros ou por arma branca na Região Metropolitana de São Luís. Os dados são do 12º Anuário de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira, 9, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em São Paulo. Somente no ano passado foram 472 casos de Mortes Violentas Intencionais (MVI), que corresponde a homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguido de morte, incluindo mortes de policiais civis e militares de plantão ou fora de serviço. Nesse ano, a taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes ficou 43,2, acima da taxa nacional, que ficou em 34,0.

Em novembro do ano passado, foi o mês, segundo a polícia, com maior número de mortes ocasionadas por guerras entre integrantes de facções criminosas na Ilha. Nesse período, houve o registro de 77 mortes violentas, considerado como um dos mais violentos do ano. Entre esses casos, estão 13 assassinatos de menores de idade, a maioria vítimas de balas perdidas, resultado de confronto entre “faccionados”.

Os dois últimos homicídios dolosos desse mês foi registrado no dia 30, e as vítimas, segundo a polícia, eram integrantes de facções, identificadas como Anderson Pinheiro Jansen, de 26 anos, e Elielton dos Santos Oliveira, de 22 anos. Os corpos, com marcas de tiros e com as mãos amarradas com fio de nylon, foram localizados em uma área de matagal, na Vila Conceição, área do Calhau.

Segundo os peritos do Instituto de Criminalística (Icrim), um dos corpos mais de 10 marcas de tiros, e no outro, um total de oito perfurações. Esse caso ainda está sob investigação da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), que até agora não conseguiu identificar os criminosos.

Números altos

Os casos de MVI continuaram altos este ano. Um levantamento feito por O Estado, com base no site da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e informações do Instituto Médico Legal (IML) constatou que na Região Metropolitana de São Luís no primeiro semestre deste ano, uma pessoa foi assassinada a cada 20 horas. Nesse período, ocorreram 218 óbitos causado por arma de fogo ou golpes de arma branca.

Somente nos dias 29 e 30 de junho foram registradas sete mortes violentas na Ilha. Até o dia 27 desse mês, desconsiderando as ocorrências do feriado de São Pedro, foram registrados 36 mortes violentas. Destes, 32 foram homicídios dolosos. Houve, também, um caso de latrocínio, o roubo seguido de morte. Outras três pessoas foram vítimas de confrontos com a polícia, além de constar, ainda, uma morte a ser esclarecida. De acordo com a polícia, trata-se de uma criança de apenas nove anos.

O mês de janeiro, até o momento, é o mais violento, com 44 ocorrências, sendo 39 homicídios dolosos, dois latrocínios, uma morte em unidade prisional do estado, duas em confronto com a polícia, e dois casos de mortes não esclarecidas.

Em fevereiro, ocorreram 30 mortes violentas; março com 25; abril com 33 e maio, 43. Em julho foram apenas 15 casos, segundo dados da SSP.

Arma de fogo

Cinco pessoas já foram assassinadas este mês por arma de fogo na Região Metropolitana de São Luís, e apenas um caso ocasionado por arma branca. Ainda de acordo com as informações da polícia, Mayckel Alexandre Santos, de 44 anos, foi morto a golpes de faca por um homem não identificado na tarde do último dia 7, no bairro Areinha.

A polícia garante que a maioria dos homicídios por arma de fogo têm participação de integrantes de facções criminosas, como foi o caso de José Adailton de Sousa Pindoba, cujo corpo foi achado na quarta-feira, 8, em estado de putrefação em uma área de matagal, na comunidade Mãe Chica, da Vila Maranhão.

Segundo a polícia, José Pindoba teria ameaçado de morte, por meio das redes sociais, integrantes de uma facção rival. Ele foi sequestrado por um grupo que estava em um Corsa Classic, no bairro da Vila Nova, e uma semana depois foi encontrado morto. O caso está sendo investigado Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), que até na tarde desta sexta-feira não havia registro de identificação dos criminosos.

Número

1.032

é o número de pessoas foram assassinadas a tiros ou por arma branca no biênio 2016 a 2017 na Região Metropolitana de São Luís, segundo os dados do 12º Anuário de Segurança Pública

Entenda

Mortes violentas este ano na Ilha

Janeiro: 44 casos

Fevereiro: 30 casos

Abril: 25 casos

Maio: 43 casos

Junho: 43 casos

Julho: 15 casos

Agosto: 6 casos (de 1º ao dia 9)

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.